Por Bruno Tavares, Isabela Leite, Rodrigo Rodrigues, TV Globo e g1 SP — São Paulo


Agentes da SSP e do Gaeco fazem operação contra policiais corruptos que atuam no Brás, Centro de SP. — Foto: Montagem/g1/Divulgação

O Ministério Público de São Paulo (MP-SP) e as corregedorias da Polícia Militar e da Polícia Civil realizaram na manhã desta segunda-feira (16) uma operação contra policiais acusados de extorquir dinheiro de ambulantes estrangeiros da região do Brás, no Centro de São Paulo.

A Operação Aurora tinha como objetivo cumprir 15 mandados de prisão preventiva, incluindo seis PMs e um policial civil, além de 20 de busca e apreensão, atingindo cinco pessoas jurídicas diferentes.

Inicialmente, havia sido divulgada a informação de que eram 6 policiais militares preso, mas, depois, o número foi alterado.

Ao todo, nove pessoas foram presas, entre elas cinco policiais militares. Outro PM e uma policial civil continuavam foragidos até a última atualização da reportagem.

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Durante a ação, os agentes encontraram R$ 145 mil na casa de um dos investigados. Segundo o Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco), oito empresas e 21 pessoas tiveram sigilos bancário e fiscal quebrados.

Os promotores afirmaram que o grupo agia como milícia, usando o cargo e viaturas oficiais da corporação para extorquir dinheiro dos comerciantes.

Início da operação

A operação é fruto de uma investigação que começou após o Gaeco receber da Corregedoria da PM ofício informando que agentes da Secretaria da Segurança Pública (SSP) vinham exigindo e recebendo pagamentos periódicos para permitir a atividade das vítimas na região, conhecida pelo comércio popular.

De acordo com a investigação dos promotores, vários vendedores são imigrantes de países da América do Sul e não possuem acesso a linhas de crédito, se vendo obrigados a procurar agiotas para obter dinheiro e repassar propina aos criminosos.

Esses agiotas usavam dos serviços dos mesmos policiais militares para cobrar, de forma violenta, os inadimplentes.

Notebooks e saco de dinheiro apreendidos. — Foto: Reprodução

Uma das testemunhas protegidas ouvidas pelo Gaeco relatou que trabalha nas imediações da rua Tiers há seis anos e, recentemente, um grupo de pessoas passou a exigir o pagamento de luvas no valor de R$ 15 mil por ano e mais R$ 300 por semana para autorizar sua permanência dele na região.

Os promotores descobriram ainda que uma escrivã da Polícia Civil, que é ou já foi companheira de um sargento da PM, chegou a ser flagrada com outras pessoas intimidando comerciantes.

Dinheiro apreendido durante operação. — Foto: Reprodução

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