Por g1 SP


Caminhão da Enel em rua sem energia em SP — Foto: ALOISIO MAURICIO/FOTOARENA/ESTADÃO CONTEÚDO

A Enel informou, na manhã desta quinta-feira (9), que 1,3 mil imóveis da Grande São Paulo ainda estão sem energia desde o temporal de sexta-feira (3).

Em nota, a empresa diz que técnicos seguem trabalhando desde a madrugada em uma ocorrência complexa que envolve árvores e a substituição de postes em Cotia e Embu para restabelecer a energia desses clientes.

A concessionária alega o fornecimento de energia foi reestabelecido "a praticamente todos os clientes impactados na semana passada."

Em paralelo, entretanto, atua para normalizar cerca de 30 mil registros de falta de luz que ocorreram nos dias seguintes à tempestade.

Escolas sem luz

Segundo o governo do estado, o problema ainda afeta cinco escolas estaduais. Dessas, quatro estão na capital e uma no interior do estado.

Apenas uma escola está com aulas presenciais suspensas e, para atender os estudantes, a Seduc disponibilizou o conteúdo das aulas pelo Centro de Mídias.

Nas unidades do Centro Paula Souza, haverá aulas remotas até o final desta semana, sem prejuízo aos alunos, nas Escolas Técnicas Estaduais (Etecs) Prof. Edson Galvão (Itapetininga), de Piraju, e na Faculdade de Tecnologia do Estado (Fatec) Sorocaba. Na Etec de Guaianazes, as aulas já ocorrem presencialmente em todos os turnos.

Sem nota

Em coletiva de imprensa nesta quarta (8), o presidente da empresa, Max Lins, pediu desculpas aos consumidores e disse estudar plano de ressarcimento.

Mas cedo, em entrevista ao Bom Dia SP, Lins foi questionado qual nota daria para o serviço prestado pela Enel após inúmeras e constantes reclamações de consumidores.

O problema é anterior ao ocorrido desde a última sexta. Segundo dados da Aneel, a Agência Nacional de Energia Elétrica, o tempo médio de espera dos consumidores para que a Enel SP atenda ocorrências emergenciais relacionadas à energia elétrica mais que dobrou nos últimos cinco anos.

Na avaliação de Max, a empresa não pode ser classificada após um evento climático atípico - no caso, o vento.

"Tentar usar um episódio específico de grande magnitude climática e de grande impacto sobre a rede para fazer uma avaliação, não é adequado. Acho que a gente tem que olhar o filme inteiro."

De zero a dez, qual a nota que você dá?

"A nota é dada por pesquisas anuais de satisfação. Eu me permito isentar desta pergunta".

Protesto

Na quarta, um grupo de moradores fechou na tarde desta quarta-feira (8) uma faixa da Rodovia Raposo Tavares, em Cotia, no sentido capital. Três mil imóveis ficaram sem luz por mais de 120 horas.

Protesto contra a falta de energia em SP — Foto: Reprodução/TV Globo

Cobranças e investigação

A Prefeitura de São Paulo anunciou nesta quarta-feira (8) que a Procuradoria Geral do Município de São Paulo entrará com ação civil pública contra a Enel.

Na segunda-feira (6), a Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) se reuniu com o governador, Tarcísio de Freitas (Republicanos) e o prefeito de São Paulo, Ricardo Nunes (MDB) para cobrar explicações sobre os problemas no fornecimento de energia.

Árvore caída em meio a fios após tempestade que atingiu São Paulo — Foto: RENATO S. CERQUEIRA/FUTURA PRESS/ESTADÃO CONTEÚDO

O Ministério Público de São Paulo (MP-SP) vai abrir uma investigação para apurar se houve omissão da concessionária Enel no restabelecimento de energia para os consumidores da Região Metropolitana de São Paulo.

A Defensoria Pública de São Paulo também enviou um ofício à Enel pedindo esclarecimentos sobre interrupção de energia elétrica na capital.

Mortes

Das oito pessoas que morreram em decorrência das fortes chuvas, cinco foram atingidas por queda de árvores.

Especialistas ouvidos pelo g1 apontam uma série de problemas de responsabilidade da gestão municipal: falta de manutenção, planejamento, além de árvores plantadas de forma irregular e podas malfeitas.

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