Por g1 SP — São Paulo


Prefeito de SP sugere criação de taxa para aterramento de fios elétricos na capital

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O prefeito de São Paulo, Ricardo Nunes (MDB), disse nesta segunda-feira (6), que um dos caminhos para a gestão municipal conseguir enterrar os fios da cidade seria cobrar uma taxa dos moradores.

"A taxa, pela regulação, uma possibilidade de fazer a cobrança de um a taxa de serviço, taxa de melhoria, contribuição de melhoria, a gente tem conversado com a Enel, desde o ano passado estamos tratando disso", afirmou em coletiva de imprensa no Palácio dos Bandeirantes (veja vídeo acima).

Segundo Nunes, a primeira reunião com representantes da concessionária ocorreu em outubro de 2022 para elaborar uma proposta aos cidadãos. A ideia é repartir os custos com os munícipes que tiverem interesse.

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O prefeito, entretanto, não soube explicar como a cobrança funcionaria e de que forma essa taxa, sem projeção do número de contribuintes, poderia, de fato, viabilizar o enterramento dos fios.

"A gente está desenvolvendo plano para apresentar para a sociedade de casos em que o contribuinte, o morador, pode aceitar pagar uma taxa de contribuição, não farei de forma obrigatória. A ideia é fazer com que a gente possa apresentar, sei lá, pega um quarteirão de um bairro qualquer, se quiser aderir, uma parte a prefeitura entra, e o munícipe entra com outra parte, e a gente consegue acelerar a questão do enterramento".

Após a fala repercurtir negativamente entre os moradores da capital, Nunes publicou em suas redes sociais, no final da noite de segunda, que "não existe e nem nunca existirá taxa nenhuma para ser paga à prefeitura".

Contudo, o presidente da Enel-SP, Max Xavier Lins, afirmou em entrevista cedida à GloboNews nesta terça-feira (7) que a criação da nova taxa está sendo discutida com a Prefeitura de São Paulo desde outubro do último ano.

Quatro dias sem luz

A atual crise de energia gerada pelas fortes chuvas ocorridas na última sexta-feira (3) tem deixado vários consumidores sem luz há, ao menos, três dias.

Atualmente, a capital paulista tem cerca de 20 mil km de fios aéreos, segundo a Associação Brasileira das Prestadoras de Serviços de Telecom Competitivas (TelCom), mas menos de 0,3% da rede está totalmente subterrânea.

Porém, passados cinco anos da data prometida o programa “Cidade Linda Redes Aéreas” mudou de nome na gestão Ricardo Nunes (MDB).

A meta subiu para 65 km de fios aterrados, mas nenhum dos objetivos foi alcançado, segundo a prefeitura e a TelCom.

O g1 conversou com Luiz Henrique Barbosa, presidente da TelCom. A entidade faz parte do pool de empresas que, junto com a Enel e Coordenadoria de Gestão da Rede Municipal de Iluminação Pública da Prefeitura (Ilume), é responsável pela execução do novo programa "SP sem fios".

Segundo o executivo, apenas 37 km dos quase 65 km foram totalmente concluídos, e outros 6 km estão em fase final de aterramento, totalizando 43 km.

Enquanto isso, a prefeitura diz que 38 km foram enterrados, o que representa 62% do andamento da obra. Já a Enel afirma que concluiu 100% da meta prevista no projeto.

Mesmo com os problemas para a execução da obra, especialistas ouvidos pelo g1 e pela TV Globo afirmam que a conversão da rede elétrica para subterrânea traria uma série de benefícios e evitaria quedas constantes de energia.

Nas últimas décadas, São Paulo chegou a traçar um plano para enterrar 250 km de fios elétricos por ano. No entanto, programas elaborados por diferentes gestões foram questionados por empresas, inclusive na Justiça.

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Em entrevista ao Bom Dia SP desta segunda-feira (6), o prefeito Ricardo Nunes (MDB), disse que não tem como cobrar as empresas, porque já há entendimento jurídico nos tribunais superiores, em Brasília, que as companhias de energia estão sujeitas apenas à legislação da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel).

"As concessionárias entraram com uma ação judicial, e já foi definido no STF que a prefeitura não pode exigir delas nenhum tipo de ação em relação ao tema. Essas empresas respondem ao governo federal e à Agência Nacional de Energia Elétrica”, disse Nunes.

"A gente já fez alguns enterramentos, hoje temos algumas vias em processo de enterramento, como a Alameda Santos e várias na região central, mas é necessário um plano nessa questão", completou.

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