Por Henrique Souza, g1 Rio Preto e Araçatuba


Gabriel Anderson de Aguiar Batista foi encontrado morto em Cedral (SP) — Foto: Arquivo pessoal

Pouco antes de desaparecer, o jovem de 19 anos encontrado morto em um canavial de Cedral (SP) disse à mãe que estava em crise de pânico e enviou a localização de onde estava para o celular dela. O corpo dele foi localizado na segunda-feira (11), em uma área de difícil acesso.

Gabriel Anderson de Aguiar Batista foi visto pela última vez no domingo (10). Ele morava em Cedral com amigos e, segundo relatos da família, já sofria com crise de pânico e ansiedade.

Antes de desaparecer, o jovem ligou e enviou áudios à mãe dizendo estar desorientado e compartilhou a localização da área onde estava.

Ao g1, Luana de Aguiar relembrou os momentos de desespero após perder a comunicação com o filho.

"Eu recebi ligações e áudios dele, porém, a bateria do celular dele estava acabando e eu perdi a comunicação. Ele teve uma crise de pânico e, ao invés de ir sentido a casa onde morava, entrou no canavial. Foi quando ele falou comigo pela última vez", conta.

Em seguida, a mãe, que mora em Portugal, entrou em contato com amigos que vivem na região e pediu que fossem ao local indicado para tentar localizar Gabriel. Depois disso, acionou a Polícia Militar.

"Ele tinha me mandado a localização de onde estava e eu comecei a entrar em contato com os meus amigos do Brasil. Porém, não encontraram o corpo, porque acho que ele tinha andado um pouco à frente", explica.

Após receber a notícia da morte do filho, Luana iniciou uma vaquinha virtual para retornar ao Brasil. A mãe chegou a São José do Rio Preto (SP) nesta sexta-feira (14) para resolver os trâmites de documentação e participar do sepultamendo do jovem.

Ela conta que deve se manter em território brasileiro pelos próximos dias e, com isso, precisa de ajuda financeira para custear os gastos da viagem e os custos do funeral.

Investigação

O boletim de ocorrência foi registrado como morte suspeita e encontro de cadáver. A Polícia Civil instaurou um inquérito e trabalha com a hipótese de que Gabriel tenha sofrido uma parada cardiorrespiratória enquanto tentava sair do canavial.

O delegado José Luis Chaim, responsável pela investigação, esteve no local e identificou alguns elementos:

"Analisamos o corpo com cuidado e não havia nenhum indício de lesão. Notei escoriações na perna dele que foram provocadas pela folha da cana-de-açúcar, o que indica que estava totalmente desorientado", explica.

Contudo, segundo os policiais, a possibilidade de suicídio está descartada.

A polícia também recebeu a informação de que o jovem havia sido ameaçado dias antes da morte. Diante disso, solicitou a quebra do sigilo telefônico dele.

"Nós encontramos o celular na mão direita dele e apreendemos o telefone. Já pedimos à Justiça a quebra do sigilo telefônico para ver se há algum elemento que comprove uma possível ação criminosa. Mas, até o momento, não temos esse cenário", finalizou o delegado.

O laudo do Instituto Médico Legal (IML) com a causa da morte deve sair em até 30 dias.

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