Devotos de Padre Mariano fazem orações e agradecimento durante caminhada entre Engenheiro Schmitt (Rio Preto) até Cedral, num percurso de 1h30 — Foto: Reprodução/TV TEM
Todo ano, no começo de novembro, a cena se repete: centenas de fiéis se reúnem no distrito de Engenheiro Schmitt, em São José do Rio Preto (SP), e seguem em uma caminhada até o município de Cedral (SP), em romaria ao beato Padre Mariano.
O percurso de sete quilômetros, que dura cerca de uma hora e meia, se apresenta como um exercício de fé e gratidão. Padre Mariano é o primeiro beato da Diocese de Rio Preto, conhecido pelo dom da cura.
Há 17 anos, a devoção ao padre atrai grupos de fiéis da região noroeste paulista para Engenheiro Schmitt. As atividades começam com missa em frente ao asilo do distrito rio-pretense, onde o sacerdote exerceu parte de sua vida religiosa.
"A exemplo do Padre Mariano, nós devemos evangelizar, buscar a santidade, o caminho da paz, da união, da fraternidade. É tudo o que a gente procura fazer", conta o funcionário público Márcio Albuquerque, que participa da romaria todos os anos.
Missa em frente ao Asilo de Schmitt, realizada no domingo (10), celebrou a memória do Padre Mariano, que exerceu naquele distrito boa parte da vida religiosa — Foto: Reprodução/TV TEM
Em seguida, os devotos partem em caminhada atrás de um carro de som no qual fica posicionada uma imagem do beato. Carregando faixa e objetos religiosos, como rosários, as pessoas realizam o percurso em oração, com pedidos e agradecimentos.
Os devotos repetem o mesmo caminho que Padre Mariano fez a pé, entre os anos de 1949 e 1960, período em que viveu no distrito de Schmitt.
Ao término do percurso, na Igreja Matriz de Cedral, os fiéis participam de uma segunda missa. Este ano, a celebração ocorreu no domingo (10).
"É um sentimento de fé, de bondade, de caridade", explica a empregada doméstica Iracema Bernardes Tavares, participante da romaria.
Milagre e beatificação
Nascido na Espanha, em 31 de dezembro de 1905, Mariano de la Mata Aparício, o Padre Mariano, ordenou-se ainda jovem e veio para o Brasil. Depois de passar por Taquaritinga (SP), estabeleceu-se em São José do Rio Preto. Pertenceu à Ordem de Santo Agostinho e foi diretor espiritual das Oficinas de Santa Rita de Cássia.
Em 5 de novembro de 2006, o Vaticano confirmou a beatificação de Padre Mariano, depois de quase dez anos de processo. Desta forma, o dia 5 de novembro é dedicado à memória litúrgica do religioso.
O milagre atribuído a ele ocorreu em 1996, com João Paulo Polotto, que tinha cinco anos quando foi atropelado por um caminhão, em Barra Bonita (SP). Internado em estado grave, com hemorragia cerebral, após uma parada cardiorrespiratória, o menino se recuperou em poucos dias, sem sequelas.
Imagem de Padre Mariano de La Mata ladeado por crianças, em frente ao asilo do distrito de Schmitt, em Rio Preto — Foto: Reprodução/TV TEM
Naquela ocasião, padres e alunos do Colégio Agostiniano São José, em Rio Preto, haviam se mobilizado por orações e pediram pela intercessão do Padre Mariano.
Ele morreu aos 77 anos, em 5 de abril de 1983, em São Paulo (SP). Está sepultado na Paróquia de Santo Agostinho, na capital paulista. Outro milagre relacionado a ele está em investigação pelo Vaticano.
"Ele ajuda os pobres, os enfermos, as crianças. Ele deixou um legado", diz a manicure Renata Domingues Silva, outra devota que participou da caminhada.
Fiéis caminharam de Engenheiro Schmidt até Cedral em celebração ao Padre Mariano
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