UFSCar cria produto que mata vírus e bactérias em pisos, plásticos e superfícies metálicas
Uma pesquisa da Universidade Federal de São Carlos (UFSCar), em parceria com a Universidade Jaume I, de Castellón, na Espanha, desenvolveu um produto que mata vírus e bactérias em pisos, plásticos e superfícies metálicas.
O material inorgânico, que é feito cascas de camarões, é como uma tinta e quando aplicado em um corrimão, bisturi ou em cerâmicas, por exemplo, é capaz de matar os organismos que fazem mal à saúde.
Marcelo Assis, coordenador da pesquisa da UFSCar que desenvolveu produto que mata vírus e bactérias — Foto: Reprodução/EPTV
Ele pode ser usado em setores como saúde, automotivo, equipamentos de construção ou instalação, sensores, catalisadores, entre outros.
“A gente chama de um antimicrobiano de amplo espectro. Então ele é capaz de matar bactérias, fungos e vírus como, por exemplo, o SARS-CoV-2 (vírus que causa da Covid-19). O legal da gente deixar isso em diferentes bases, como por exemplo o tecidos plásticos ou embalagens, é que a gente consegue cobrir um amplo espectro de coisas que podem causar infecções pra gente de forma indireta. Ou seja, são aqueles materiais que são contaminados e, quando a gente coloca a mão e vai para as vias aéreas ou pra boca, a gente adquire essa infecção”, afirmou Marcelo Assis, coordenador da pesquisa.
LEIA TAMBÉM:
Mais barato e mais eficiente
O material é mais eficiente e mais barato do que outros produtos porque a base é uma biomassa de cascas de camarões, um resíduo da indústria pesqueira que seria descartado. Ela também pode ser substituída.
“A gente pode utilizar uma variedade de matérias orgânicas que não tem valor comercial como por exemplo bagaço de cana, pele de peixe e restos de plantas. Desde que a gente tem uma base orgânica alta, a gente pode usar para obtenção desse material”, ressaltou o pesquisador.
Produto que mata vírus e bactérias em pisos, plásticos e superfícies metálicas desenvolvido pela UFSCar em São Carlos — Foto: Reprodução/EPTV
Ele explica ainda que nenhum tipo de solvente orgânico, que pode ser perigoso por meio ambiente, é usado. “Nós usamos água e, além disso , é um processo muito simples de mistura em que a gente consegue obter um material com baixo custo energético”.
A tecnologia já foi registrada e a previsão é que esteja disponível para o mercado a partir do começo de 2025.
“Muitas vezes é interessante usar essa tecnologia contra superbactérias, então bactérias que são imunes a antibióticos, que hoje não há antibiótico que se possa combater elas. É interessante para frear esse desenvolvimento e essa contaminação de bactérias, fungos e vírus”, afirmou a estudante e pesquisadora Laura Libero.
O estudo foi financiado pela Fundação de Amparo à pesquisa do Estado de São Paulo (Fapesp).