Por Gabriela Ferraz, EPTV


Estudo da UFSCar cria técnica para avaliar bactérias na água — Foto: Renan Ciconelo/EPTV

Um estudo desenvolvido na Universidade Federal de São Carlos (UFSCar) criou uma técnica inovadora que conseguiu identificar e contabilizar a presença de bactérias em caixas d'água. Ela é mais precisa em comparação com os métodos tradicionais.

Grande parte das bactérias não traz malefícios para a saúde, mas a realidade pode mudar de acordo com o tipo e a quantidade desse organismo vivo.

O problema é que a maioria não é detectada pelos métodos mais comuns de monitoramento e avaliação da qualidade da água usados no Brasil.

Estudo da UFSCar usa técnica inovadora para identificar bactérias em caixas d'água

Estudo da UFSCar usa técnica inovadora para identificar bactérias em caixas d'água

Como funciona a técnica da UFSCar?

A pesquisa feita no laboratório de biodiversidade e processos microbianos usou uma técnica chamada "citometria de fluxo" em 36 amostras coletadas em diferentes pontos.

O equipamento normalmente é usado para análise de sangue, mas foi adaptado para contar bactérias na água de consumo humano da rede e caixas d'água.

Citometria de fluxo é técnica usada pela UFSCar para analisar água — Foto: Renan Ciconelo/EPTV

"Pega uma gotinha da água, a gente coloca amostra ali no aparelho e ele conta até mil células por segundo. Então ele é muito rápido e é muito eficiente. Então a gente consegue ter uma alta precisão e contar realmente todas as bactérias que estão na amostra”, afirmou o professor do Departamento de hidrobiologia Hugo Sarmento.

“Com a citometria a gente consegue ter uma ideia do todo. Esse método a gente consegue fazer um monitoramento em tempo real de um aumento muito grande dessas bactérias”, explicou o estudante de medicina da UFSCar Leandro Manoel Afonso Mendes.

O estudante de medicina da UFSCar Leandro Manoel Afonso Mendes. — Foto: Renan Ciconelo/EPTV

Benefícios para a população

A descoberta pode beneficiar toda a população, que teria acesso ao recurso com mais qualidade.

“O que pode acontecer nessas caixas d'água que é a qualidade da água pode ser deteriorar. Pode haver um crescimento desse microorganismos. Então é muito importante monitorar a quantidade de bactérias na água, uma questão de saúde pública mesmo. Por ser rápido e barato, ele pode ser utilizado em diferentes pontos da rede de produção, distribuição e armazenamento de água para poder monitorar em tempo real. Com isso, podem ser tomadas providências assim que aparecer um problema”, destacou Sarmento.

Ainda segundo os pesquisadores essa metodologia é viável e não requer grandes investimentos, já sendo usada em países como a Suíça. A pesquisa teve apoio da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (Fapesp) e do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq).

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