Projeto de novo terminal de cruzeiros em Praia Grande (SP) é apresentado a ministro de Portos e Aeroportos — Foto: Divulgação/Grupo Peralta
Uma proposta de construção de um terminal de cruzeiros em Praia Grande, litoral de São Paulo, foi apresentada pelo deputado federal e prefeito eleito de Praia Grande, Alberto Mourão (MDB) ao ministro de Portos e Aeroportos, Silvio Costa Filho.
O projeto do Grupo Peralta, denominado Litoral Plaza Port, está em fase de estudos e visa, segundo a empresa, complementar as operações do Porto de Santos e atender à demanda turística da Baixada Santista. Trata-se de investimento privado.
A proposta surge em um contexto em que o Ministério de Portos e Aeroportos (MPor), a Autoridade Portuária de Santos (APS), a Prefeitura de Santos e a arrendatária Concais estão discutindo a transferência do Terminal Marítimo de Passageiros Giusfredo Santini, do Outeirinhos para o Valongo, com o objetivo de impulsionar o turismo na região central de Santos.
O grupo ressaltou que o novo terminal no Valongo contará com três berços de atracação, enquanto o terminal de Praia Grande terá outros dois, totalizando cinco berços. Essa infraestrutura, de acordo com a empresa, atenderá com eficiência passageiros, trabalhadores e companhias, garantindo um serviço de alta qualidade.
Sobre o projeto
O terminal foi pensado para ser construído próximo à Praia de Itaquitanduva, Parque Estadual Xixová-Japuí e arredores. O Grupo Peralta ressaltou que o projeto tem preocupação com a preservação ambiental e pretende proporcionar maior comodidade para passageiros, com um receptivo em um shopping da entrada da cidade.
A empresa comunicou que o projeto está na fase de obtenção das licenças necessárias e reforça que as imagens divulgadas são "conceituais", podendo passar por ajustes à medida que os estudos avançam.
O deputado Mourão acredita que o projeto estimulará o turismo e gerará empregos na região.
Contraponto
O consultor portuário Ivam Jardim Arienti questionou a viabilidade econômica da obra, afirmando que o volume atual de cruzeiros não justifica a construção de um novo terminal, além do alto custo do projeto.
"Muito me espanta que, quando são propostos projetos desse tipo, ninguém primeiro faça um estudo de viabilidade logística. É preciso considerar se a região comporta um alto fluxo de veículos de passageiros e, principalmente, de caminhões de carga. As pessoas esquecem que Santos é um hub portuário e que grande parte dos equipamentos de bordo e dos itens de consumo que abastecem os navios depende de um intenso fluxo de caminhões", disse Arienti.
O consultor citou que um projeto como o do novo terminal vai além do embarque de passageiros. "Equipamentos como guindastes são fundamentais para elevar palcos e estruturas ao navio, e toda essa infraestrutura precisa estar no costado, disponível e operante. São exigências que poucos levam em conta na concepção de projetos como este".
A Autoridade Portuária de Santos (APS) considera legítima a proposta, mas alerta para a necessidade de avaliar os impactos ambientais e a segurança da navegação no local. O Ministério de Portos e Aeroportos (MPor) não respondeu até o fechamento da matéria.