Golpistas se passam por falsos médicos em hospital de Santos — Foto: Arquivo AT e reprodução
Golpistas têm assediado familiares de pacientes no Hospital Beneficência Portuguesa, em Santos, pedindo dinheiro em troca de benefícios como agilidade nos exames ou transferências de pacientes.
Um jornalista, que preferiu não se identificar, foi alvo dos estelionatários. Ele contou que o pai internou no hospital, e, mesmo com alertas visíveis pelo prédio sobre os golpes, foi abordado por um homem se passando por médico, que alegava ter diagnosticado um princípio de leucemia no paciente.
Segundo o jornalista, o suposto "hematologista" usou termos médicos confusos para intimidar e convencer o familiar a autorizar uma "transferência" que, segundo ele, agilizaria o processo.
Segundo o jornalista, o estelionatário começou a falar sobre doenças, algumas nem relacionadas ao quadro do meu dele. Depois, tentou oferecer uma 'solução' para acelerar o atendimento, o que o fez desconfiar e buscar informações com os médicos do hospital, quando percebeu o golpe.
Não é um caso isolado
O presidente da Sociedade Portuguesa de Beneficência, Ademir Pestana, afirmou que esses crimes vêm crescendo, especialmente com o uso das redes sociais. Segundo ele, há mais de 10 anos precisam lidar com esses golpes.
Pestana disse que os criminosos conseguem acessar informações dos pacientes, possivelmente por meio de redes sociais dos familiares, e tentam enganar com promessas de facilitação no atendimento médico.
Pestana ressaltou que o hospital tem adotado medidas para evitar esses golpes, como orientações durante a recepção e alertas visíveis nas UTIs e quartos. “Infelizmente tem pessoas que não leem e acabam caindo nesses contos do remédio, do médico", apontou.
"É como outros golpes, de contas bancárias e cartões de créditos. Eles são muito espertos com relação a isso. Cada medida [de segurança] que você toma, eles inventam outras”, lamentou.
O hospital reforça que todas as informações sobre os pacientes devem ser obtidas diretamente pelos canais oficiais e que familiares não devem aceitar propostas de terceiros. A conscientização é fundamental para evitar que mais pessoas se tornem vítimas desse tipo de crime.