Foto da piscina de Robinho com a casa ao fundo. Imóvel está avaliado em aproximadamente R$ 10 milhões — Foto: Reprodução/Arte do Cimento
O ex-jogador Robinho dividiu seu tempo em liberdade entre os imóveis que tem na Baixada Santista, principalmente a cobertura, onde foi preso, em um prédio em frente à praia de Santos, e uma mansão em Guarujá, no litoral de São Paulo, avaliada em aproximadamente R$ 10 milhões. Ele foi condenado pela Justiça italiana a 9 anos de prisão pelo crime de estupro coletivo contra uma mulher albanesa, em Milão, em 2013. O ex-jogador já está na Penitenciária em Tremembé (SP).
A Corte Especial do Superior Tribunal de Justiça (STJ) decidiu, na noite de quarta-feira (20), sobre a condenação de Robinho e o cumprimento da pena no Brasil, conforme pedido do governo italiano, uma vez que o país não extradita brasileiros.
A defesa dele já teve um pedido de habeas corpus negado pelo ministro do Supremo Tribunal Federal, Luiz Fux. Na sexta-feira (22), porém, os advogados do ex-jogador solicitaram agravo regimental [tipo de recurso] ao pedido de habeas corpus para que ele seja reavaliado pelo STF - o recurso será avaliado novamente por Fux.
Imóveis de luxo
As equipes de reportagem da TV Tribuna, afiliada da Globo, estiveram em frente ao prédio onde Robinho tem uma cobertura em Santos e ao condomínio fechado Jardim Acapulco tanto no dia do julgamento do STJ, como na data da prisão.
Os dois imóveis estavam iluminados, mas, até a ação da Polícia Federal, que o prendeu no edifício em Santos, não se sabia ao certo onde estava o ex-jogador. Durante a cobertura do caso, a mansão em Guarujá, onde Robinho passou boa parte do tempo, fez amizades e onde treinava futevôlei, em uma praia exclusiva, chamou a atenção de internautas.
A equipe de reportagem apurou que o preço dos imóveis no condomínio variam de R$ 5 milhões a mais de R$ 25 milhões. E Robinho não é o único jogador a ter casa no local. O zagueiro Marquinhos, do Paris Saint-Germain, e Neymar Jr., que atualmente está no Al-Hilal, também têm imóveis no Jardim Acapulco.
No dia do julgamento, inclusive, o condomínio de luxo reforçou a equipe que, ao todo, contou com algo em torno de 300 profissionais na vigilância do local.
O Jardim Acapulco tem 3,2 milhões de m², 600 mil m² de área verde, com 2.431 lotes demarcados e, atualmente, conta com 1.560 residências, além de aproximadamente 50 quilômetros de ruas e avenidas, de acordo com a administradora do condomínio.
O empreendimento conta, ainda, com ambulatório médico e ambulância que permanece constantemente no local.
Silêncio e desinteresse da população em relação ao julgamento de Robinho marcaram o dia em frente aos imóveis do ex-jogador — Foto: Mozarth Dias/g1 e Reprodução
Sobre o julgamento: quesitos
O julgamento do pedido da Justiça Italiana pela Corte Especial do STJ começou por volta das 14h de quarta-feira (20) e foi realizado remotamente. A sessão foi presidida pelo ministro vice-presidente do STJ, Og Fernandes, e o relator do caso foi o ministro Francisco Falcão.
O colegiado do Superior Tribunal de Justiça votou em três quesitos: condenação, regime e aplicação. Em maioria de votos, os ministros decidiram pela condenação a 9 anos por estupro coletivo, em regime fechado e com homologação da decisão, ou seja, prisão imediata.
Crime
Gravações do caso Robinho: “A mulher estava completamente bêbada”
O crime de violência sexual em grupo aconteceu em 2013, quando Robinho era um dos principais jogadores do Milan, clube de Milão, na Itália. Nove anos após o caso, em 19 de janeiro de 2022, a justiça daquele país o condenou em última instância a cumprir a pena estabelecida.
Robinho foi condenado por ter estuprado, junto com outros cinco homens, uma mulher albanesa em uma boate em Milão. A vítima, inclusive, estava inconsciente devido ao grande consumo de álcool. Os condenados alegam que a relação foi consensual.
Vida em Santos
Antes da decisão em última instância, ele era presença constante nas redes de futevôlei da região e chegou a ser visto diversas vezes em uma quadra de futevôlei montada próxima ao Canal 6.
Com a condenação italiana, Robinho não deixou de praticar o esporte, apenas passou a preferir convidar os amigos para jogarem em sua quadra particular, no Jardim Acapulco, em Guarujá.
Neste período, ele também entrou na Justiça para andar de patinete elétrico, participou de um jogo-treino da Portuguesa Santista e esteve em uma confraternização do elenco do Santos FC.
Robinho durante partida de futevôlei em Santos no ano passado — Foto: Arquivo Pessoal
Pedido da Justiça italiana
Robinho vive no Brasil, e a legislação nacional impede a extradição de brasileiros natos para cumprimento de penas no exterior. Em novembro, o Ministério Público Federal (MPF) defendeu, em manifestação ao STJ, que ele cumprisse a pena em solo brasileiro.
Em fevereiro o governo do país europeu apresentou um pedido de homologação de sentença estrangeira, que condenou o ex-jogador em novembro de 2017. O pedido foi encaminhado ao Ministério da Justiça e ao Superior Tribunal de Justiça.
No conteúdo do processo, a defesa de Robinho alegou que a homologação da sentença viola a Constituição, já que a Carta Magna proíbe a extradição de brasileiro nato e, diante disso, ele não deveria cumprir uma pena estabelecida por outro estado.