Uma cadela de Santos, no litoral de São Paulo, passou por cirurgia para receber uma prótese dentária impressa em 3D. A técnica é nova e foi um grande desafio para todos que participaram do procedimento cirúrgico.
O dente incisivo, o menor da boca do animal, estava quebrado e provocava muita dor na cadela e, por isso, foi substituído por uma prótese de metal cromo e cobalto. O processo cirúrgico aconteceu no Centro Veterinário da Unimonte. Já a impressão da prótese foi feita no Centro de Tecnologia da Informação (CTI) Renato Archer, em Campinas.
cromo e cobalto (Foto: Animal Avengers/Arquivo
Pessoal)
De acordo com a dona do animal, Jeanne Montenegro, a recuperação da Hanna (nome da cadela) está sendo rápida e tranquila. "Ela está super bem e se alimentando normalmente. Está super satisfeita", conta.
O responsável pelo design da prótese, Cícero Moraes, afirmou que ela foi feita a partir do dente ‘irmão gêmeo’, para que tivesse o tamanho correto. “Neste caso, acredito que o desafio estava no fato de ser uma prótese muito pequena. Resolvemos o problema da precisão e, agora, estamos trabalhando para melhorar ainda mais a fixação”, afirma.
O designer afirmou ainda que a prótese mostrou novos desafios e, apesar do implante ter sido um sucesso, a equipe pensa sempre em evoluir cada vez mais no trabalho com próteses em 3D. Neste caso, a prótese da cadela tem apenas 6,5 milímetros de altura e a cirurgia durou cerca de uma hora.
Já o especialista em odontologia forense Paulo Miamoto, contou ao G1 que tudo deve ser feito com muito cuidado e é importante prestar atenção nos sinais que o animal mostrar. “Se algo estiver incomodando, ele não vai avisar, por isso é necessário atenção. Usamos um material inédito. já tínhamos feito outras próteses impressas em 3D, mas nunca com esse material. É algo novo”, afirma.
Animal Avengers/Arquivo Pessoal)
De acordo com o médico veterinário Sérgio Camargo, por ser uma prótese muito pequena, existe uma delicadeza e um grande cuidado. “Como era a primeira vez que fazíamos algo parecido, não dava para saber como animal reagiria e, por isso, foi um grande desafio. Mas essa técnica é viável para outros casos, em outros animais”, conta.
Outro médico veterinário que participou da cirurgia foi Rodrigo Rabello, que afirmou ao G1 que foi um grande desafio pensar na fixação. “Queríamos pensar em uma forma para que a cadela continuasse a viver normalmente. Nós monitoramos o pós-cirurgico e a adaptação foi quase imediata”, disse.