Por Jornal da EPTV


Alexandre Titoto foi condenado a 25 anos de prisão por morte de bancário em Ribeirão Preto — Foto: Reprodução/EPTV

O empresário Alexandre Titoto foi condenado a 25 anos de prisão, em regime fechado, por homicídio triplamente qualificado na morte do analista financeiro do Banco Nacional de Paris, Carlos Alberto de Souza Araújo. O crime foi cometido há 14 anos em Ribeirão Preto (SP) e foi motivado por uma dívida de R$ 620 mil, segundo o Ministério Público.

A decisão foi definida por maioria no júri popular concluído na tarde desta quinta-feira (28). A sentença confirma que o crime foi hediondo e cometido por motivo torpe, meio cruel e com uso de recurso que impossibilitou a defesa da vítima.

O empresário, que até então respondia em liberdade, deixou o tribunal algemado e foi levado para a Polícia Civil. Ele deve permanecer no Centro de Detenção Provisória (CDP) de Ribeirão.

"Foi feita a justiça, a pena devida, é uma pena de acordo com a gravidade do crime que foi praticado", disse o promotor de acusação, Marcus Túlio Nicolino.

O advogado de defesa de Titoto, Felipe Scavazzini, informou ao G1 que vai recorrer da sentença.

Em fevereiro de 2003, Araújo foi espancado e enterrado vivo na zona rural de Serrana (SP) após uma briga com Titoto em um prédio na zona sul de Ribeirão, de acordo com a acusação da Promotoria.

Após 14 anos de espera, em meio a recursos e adiamentos, o júri popular começou na quarta-feira (28), com depoimentos de oito testemunhas, além do réu. Os trabalhos foram retomados na manhã desta quinta-feira (29) para as argumentações da acusação e da defesa no caso, antes da deliberação do júri.

Carlos Alberto de Souza Araújo morreu após ser agredido e enterrado vivo em fevereiro de 2003 — Foto: Reprodução/EPTV

Entenda o caso

Titoto chegou a ser preso na época do crime. À Polícia Civil, ele afirmou que fazia aplicações financeiras com Araújo, quando passaram a discutir por causa da venda de um carro importado: a vítima não teria recebido o valor combinado de R$ 405 mil - atualizado em R$ 620 mil.

Os dois iniciaram uma briga com agressões físicas e Adelir da Silva Mota - que prestava serviços para Titoto - disse em depoimento que interferiu, agredindo o analista financeiro com socos e com pedaços de uma moldura de quadro.

A Promotoria sustentou a tese de que a vítima perdeu os sentidos após a agressão. Os réus, acreditando que Araújo estivesse morto, enterraram o corpo na fazenda do empresário em Serrana, a 50 quilômetros de Ribeirão, onde o crime teve início.

Bancário foi encontrado morto enterrado na zona rural de Serrana, SP — Foto: Reprodução/EPTV

O exame necroscópico feito pelo Instituto Médico Legal (IML) constatou que Araújo foi enterrado vivo. O atestado de óbito indica morte por traumatismo craniano, asfixia mecânica e soterramento - havia vestígios de terra nos pulmões.

Em 9 de outubro de 2014, o administrador de lava a jato foi condenado, em júri popular, a 18 anos de prisão. Ele permaneceu 23 dias foragido, mas foi preso em 1º de novembro daquele ano.

Posteriormente, a defesa recorreu ao TJ-SP, que anulou o julgamento sob alegação que o réu não pode ser condenado por ocultação de cadáver, uma vez que a vítima foi enterrada viva e o laudo necroscópico aponta que a morte ocorreu por asfixia.

Desenho mostra reconstituição de crime que resultou na morte de bancário em Ribeirão Preto há 14 anos — Foto: Reprodução/EPTV

Reconstituição mostra bancário sendo colocado no porta-malas de carro após ser agredido em Ribeirão Preto — Foto: Reprodução/EPTV

Reconstituição descreve momento em que Carlos Alberto Araújo foi enterrado morto na zona rural de Serrana, segundo acusação do MP — Foto: Reprodução/EPTV

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