Alexandre Titoto é considerado foragido por matar diretor de banco Francês
Vinte e um anos depois da morte do filho, o bancário Carlos Alberto Araújo, Dirce dos Reis Araújo ainda aguarda por justiça.
Condenado a 18 anos pelo crime, o fazendeiro Alexandre Titoto é considerado foragido desde esta quinta-feira (10), por conta de um novo mandado de prisão expedido após o Ministério Público entrar com recurso pedindo o cumprimento imediato da pena.
"Essa justiça sendo feita, meu filho vai ter um pouco de paz, minha família vai ter paz e as pessoas que estão atrás também vão ter paz".
Dirce dos Reis Araújo, mãe de Carlos Alberto, morto em fevereiro de 2003, em Ribeirão Preto (SP), por dívida de carro importado — Foto: Aurélio Sal/EPTV
Em 2017, Titoto foi levado ao tribunal do júri e condenado a 25 anos de prisão pelo homicídio triplamente qualificado de Carlos Alberto.
A condenação, no entanto, só ocorreu 14 anos depois, e, menos de um dia depois, o fazendeiro obteve um habeas corpus do Tribunal de Justiça de São Paulo (TJ-SP) para aguardar o trânsito em julgado em liberdade. Em 2019, a defesa ainda conseguiu reduzir a pena do júri para 18 anos e 8 meses.
A EPTV, afiliada da TV Globo, procurou os advogados de Titoto, mas não obteve retorno até a publicação desta reportagem.
Carlos Alberto de Souza Araújo era analista financeiro do Banco Nacional de Paris — Foto: Reprodução/EPTV
Carlos Alberto foi encontrado morto na zona rural de Serrana (SP), em fevereiro de 2003. Segundo o MP, ele foi espancado e enterrado vivo por causa de uma dívida de R$ 400 mil referente à compra de um carro importado.
À EPTV, Dirce disse não ter raiva dos culpados pela morte do filho, mas espera que eles cumpram pelo crime.
"Que a justiça esteja pronta pra isso e que ele vá cumprir o que é necessário. Não tenho raiva, tenho até pena da família dele. Mas vamos pedir a Deus para que tudo dê certo. Gostaria de pode encarar ele [Titoto] uma vez só. Não que eu fosse maltratar, nem nada. Eu não consigo guardar rancor".
Fazendeiro está foragido
Para o promotor do caso, Marcus Túlio Nicolino, a decisão que pediu pela prisão de Titoto reconheceu o entendimento recente do Supremo Tribunal Federal (STF) que trata sobre condenações aplicadas pelo tribunal do júri e determina que condenados tenham a pena cumprida imediatamente.
"A juíza deferiu e expediu o mandado de prisão. Tentou-se a localização dele [Titoto] na residência, não foi encontrado. A polícia até agora não o encontrou, ele também não se apresentou, então é considerado foragido".
Alexandre Titoto foi condenado a 25 anos de prisão por morte de bancário em Ribeirão Preto — Foto: Reprodução / EPTV
Segundo Nicolino, a defesa do fazendeiro tentou revogar a ordem de prisão, mas o pedido foi negado na quarta-feira (9).
Com a prisão de Titoto, Dirce pretende, finalmente, fechar um ciclo.
"Quero continuar com a lembrança gostosa no meu coração e não ficar sofrendo por causa disso. Meu filho era a pessoa mais maravilhosa que você possa imaginar. Era uma pessoa boa, humilde e muito trabalhadora. Quem conheceu, tem muita saudade dele. O negócio dele era ajudar as pessoas que precisavam".