Lenilson da Silva Pereira foi baleado durante tiroteio entre policiais e criminosos entre Cajuru (SP) e Altinópolis (SP) — Foto: Arquivo Pessoal
Morreu neste domingo (29) o caminhoneiro Lenilson da Silva Pereira, baleado durante o confronto entre policiais militares e suspeitos de um ataque a carro-forte no último dia 11 de setembro na região de Ribeirão Preto (SP). A informação foi confirmada pela esposa da vítima, Eveline Carvalho.
Lenilson, de 42 anos, estava internado desde o dia do tiroteio na Unidade de Emergência do Hospital das Clínicas (HC-UE) em Ribeirão. Ele foi atingido por um disparo na cabeça e chegou a passar por cirurgia neurológica, mas não resistiu.
Ainda de acordo com esposa, o corpo do caminhoneiro será velado e enterrado em Teresina (PI), onde o casal vivia. Ainda não há data definida.
Eveline, que mora em Teresina (PI), chegou a Ribeirão Preto na semana passada para acompanhar o estado de saúde do marido.
Busca por esclarecimentos
Eveline conta que Lenilson transportava uma máquina até o depósito da empresa onde trabalha em Ribeirão Preto e passava pelo trevo entre Cajuru (SP) e Altinópolis, quando ficou no meio do tiroteio entre a polícia e os criminosos. Ele teria folga no fim de semana e estava com a passagem comprada para ir para casa.
Foi por meio de um delegado após sucessivas ligações para o celular do marido que ela ficou sabendo que Lenilson tinha sido baleado.
Apesar disso, Eveline afirma que, até o momento, só soube de mais detalhes sobre o caso por meio das notícias veiculadas pela imprensa local.
"O que saiu nos noticiários que eu consegui acompanhar, e que são muitas informações divergentes umas das outras, é que ele estava sendo usado como escudo pelos bandidos. Os bandidos avistaram o caminhão na pista, tentaram usar o caminhão para fechar a via e tiraram ele de dentro.”
Eveline Carvalho, esposa de caminhoneiro baleado em confronto da polícia com criminosos entre Cajuru (SP) e Altinópolis (SP) — Foto: Reprodução/EPTV
A mulher do caminhoneiro diz que não foi procurada pelas autoridades após a ocorrência para esclarecimentos ou informações sobre as circunstâncias do confronto que vitimou seu marido.
“Em todos os noticiários que eu acompanhei, o Lenilson estava com os bandidos. Então quem atirou no meu marido? De onde foi que partiu essa bala? Uma bala que atravessou a cabeça dele e ninguém me dá nenhum tipo de informação. É injusto ele estar lá e eu estar aqui sem saber o que aconteceu", afirma.
O delegado Targino Osório disse que só a perícia pode determinar o que realmente ocorreu durante o tiroteio e que as circunstâncias do fato ainda estão sendo apuradas.
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Tiroteio, fuga e mortes
O confronto que deixou Lenilson ferido aconteceu por volta das 15h da última quarta-feira (11), dois dias após o ataque a um carro-forte entre Batatais (SP) e Restinga (SP).
A Secretaria de Segurança Pública (SSP) informou que policiais do Batalhão de Ações Especiais de Polícia (Baep) patrulhavam a Rodovia Altino Arantes, quando se depararam com um veículo suspeito de praticar roubos a veículos de transporte de valores e decidiram abordar os ocupantes.
Bloqueio com viaturas da Polícia Militar na Rodovia Joaquim Ferreira entre Cajuru e Altinópolis, SP — Foto: Murilo Badessa/EPTV
Ao perceberem a presença policial, segundo a Segurança Pública, os criminosos desembarcaram e dispararam contra a equipe, que reagiu.
Na ação, três suspeitos e o sargento da PM Márcio Ribeiro, de 49 anos, foram baleados e morreram.
No carro dos criminosos foram apreendidos três fuzis .762, uma metralhadora .50, duas pistolas 9 milímetros, coletes balísticos e munição de diferentes calibres. Ainda segundo a Segurança Pública, a perícia foi acionada e a ocorrência foi registrada na Divisão Especializada de Investigações Criminais (DEIC) de Ribeirão Preto.