Por Bom Dia Cidade


Como Me Virei: médica relembra trajetória para entrar na faculdade e se formar

Como Me Virei: médica relembra trajetória para entrar na faculdade e se formar

A trajetória de Larissa Chini até se tornar médica não foi fácil. Aos 27 anos, ela percorria bares e restaurantes de Ribeirão Preto (SP) vendendo doces que ela mesma fazia para conseguir juntar dinheiro para os estudos.

Hoje, dez anos depois, ela faz questão de comprar doces quando vê pessoas fazendo o mesmo para poderem estudar.

Larissa trabalha em um hospital em Ribeirão, atendendo pelo Sistema Único de Saúde (SUS), mas não esquece de todo o caminho percorrido para pagar os cursinhos pré-vestibular e a faculdade de medicina.

Médica relembra como era vender doces para pagar estudos em Ribeirão Preto, SP — Foto: Reprodução/Bom Dia Cidade

Doces como parte do sonho

Filha de professora, Larissa fez o ensino médio em escola particular, assim como a irmã, que tinha o mesmo sonho de ser médica. Porém, quando a irmã passou no vestibular, as contas começaram a ficar mais pesadas. Foi então que a ideia de vender doces veio.

"Já tinha auxílio do governo, só que demorou um ano pra conseguir. Então, a gente tinha de achar alguma forma de conseguir fazer ela permanecer [na faculdade], aí a gente teve a ideia de fazer doce. A gente vendia nos bares, pedíamos permissão pra vender e fazíamos uma média de nove a 12 bares por noite", relembra.

Os doces variavam entre palhas italianas, brigadeiro, beijinho, olho de sogra, bem-casado, mas o que mais vendia, segundo ela, era o bombom de morango com brigadeiro branco e uma camada de chocolate.

Para formalizar o negócio, o avental que Larissa utilizava nas vendas mudava de acordo com a época do ano e ela se vestia a caráter em cada data comemorativa.

"Meu carro chefe era o bombom de morango, que eu fazia mais rápido. A gente saia mais ou menos por volta das 20h30, 21h pra começar a vender. E aí vendia até mais ou menos meia-noite, 2h da manhã. Ia pra casa, recontava os doces, via os que tinha de fazer pro outro dia e aí, 6h eu já estava acordada de novo [para ir pra faculdade]".

Médica relembra quando vestia aventais temáticos ao vender doces em Ribeirão Preto, SP — Foto: Reprodução/Bom Dia Cidade

Doces também na formatura

Larissa fez questão de lembrar da época em que precisou vender doces para poder estudar também na formatura.

Nas fotos, ela aparece com a caixa que utilizava para armazenar os produtos e o dinheiro que recebia dos compradores.

Larissa Chini tirou fotos da formatura de medicina com caixa que vendia doces em Ribeirão Preto, SP — Foto: Reprodução/Bom Dia Cidade

Hoje, ela faz questão de ajudar quando vê alguém fazendo o mesmo e ainda por cima diz que, se pode, compra o estoque inteiro da pessoa.

"Se eu consigo, eu compro tudo. Às vezes, nem é pra mim. Chego e distribuo na unidade [que trabalho], mas compro, porque sei o quanto isso foi importante pra mim".

Larissa Chini, médica, relembra de época em que vendia doces para pagar estudos em Ribeirão Preto, SP — Foto: Reprodução/Bom Dia Cidade

Para ela, ir atrás dos sonhos, independentemente da dificuldade, é o que faz as pessoas crescerem.

“Eu até falo pra algumas pessoas que conheço ou para os clientes quando eu estava fazendo medicina ‘não é difícil?’ É, mas a vida é uma só, a gente tem de tentar ser feliz, o mais completo nela'. Se o seu sonho é aquilo, só vai. Se você ficar pensando que é difícil, não vai conseguir porque já vai colocar uma barreira em você’. Meu sonho é meu combustível".

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