O Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia de São Paulo (IFSP) informou nesta quinta-feira (27) que negocia a retomada das atividades administrativas no campus de Sertãozinho (SP), suspensas há quatro dias, desde que estudantes ocuparam o prédio protestando contra a Proposta de Emenda Constitucional (PEC) 241.
O ato é liderado pelo Grêmio Estudantil Alexandre Tamião, que não divulgou o número de jovens que ocupam a unidade, apenas que há adesão de alunos do ensino médio e de cursos de graduação. Não há prazo para que eles deixem o prédio.
Em nota, o IFSP diz que aproximadamente 40 estudantes se revezam nas instalações do campus, e que foi necessário paralisar as atividades administrativas e acadêmicas. Somente serviços e atendimentos emergenciais são realizados.
"A direção da unidade tem mantido o diálogo diário com toda a comunidade do campus, ouvindo as manifestações pró e contra a ocupação, negociando com os discentes a resolução desse impasse", diz o comunicado.
Duas reuniões já foram realizadas entre a direção do Instituto e os alunos, desde o início da ocupação. Na manhã desta quinta-feira, um dos estudantes - que preferiu não se identificar - afirmou que já foi solicitado um novo encontro para tratar de reivindicações internas.
O grupo recebe apoio, inclusive com doações, de voluntários. Nesta quarta-feira (26), outro representante dos alunos informou que não há depredação e que o movimento está zelando pelas instalações do IFSP.
A ocupação é uma forma de protesto contra a PEC 241, que estabelece um teto para os gastos públicos pelos próximos 20 anos. A Câmara dos Deputados aprovou o texto em segundo turno na noite de terça-feira (25). Agora, a discussão segue no Senado.
Os estudantes também querem chamar a atenção da sociedade para a Medida Provisória 746, que determina uma reforma no ensino médio no país, e ainda está sendo analisada no Congresso Nacional.