O governador Geraldo Alckmin (PSDB) ofereceu nesta quinta-feira (7) recompensa de R$ 50 mil por informações dos suspeitos de envolvimento com o mega-assalto à empresa de segurança e transporte de valores Prosegur, em Ribeirão Preto (SP), na terça-feira (5).
A quadrilha, formada por pelo menos 20 homens, conseguiu fugir após um tiroteio que durou 40 minutos. Um policial militar rodoviário e um morador de rua foram mortos durante a ação. O valor levado pelos suspeitos não foi informado.
No mesmo dia do crime, o secretário de Segurança Pública, Mágino Barbosa Filho, afirmou que a prisão dos envolvidos é uma "questão de honra".
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Segundo a assessoria de imprensa do governador, a recompensa será paga pela Secretaria de Segurança Pública (SSP) a quem der informações que contribuam com as autoridades para a prisão dos responsáveis pelo ataque e pelas mortes do policial e do morador de rua.
As denúncias podem ser anônimas e devem ser feitas pelo serviço Webdenúncia, do governo estadual, no endereço www.webdenuncia.org.br.
"Não há necessidade de realizar cadastro ou identificação pessoal, garantindo assim o sigilo absoluto", diz nota enviada nesta tarde.
Segundo o governo, os R$ 50 mil serão pagos com recursos do Programa de Recompensa, do Fundo de Incentivo à Segurança Pública (Fisp), que é administrado pela Secretaria da Segurança. A verba é liberada ao fundo para o pagamento da recompensa.
As informações do denunciante serão repassadas aos policiais civis e militares e a equipes responsáveis pelas investigações do caso.
Prisão dos líderes
Em entrevista na quarta-feira (6), o diretor do Departamento de Polícia Judiciária do Interior (Deinter 3), João Osinski Junior, afirmou que a resposta da polícia não será imediata e o principal objetivo é a prisão dos líderes da quadrilha para coibir novas práticas.
"O importante não é prender apenas aqueles soldados recrutados para vir fazer a ação. O importante é desarticular a quadrilha, a espinha dorsal da quadrilha, para que ela não volte a praticar esse tipo de crime”, afirmou o delegado.
Imagens de câmeras de segurança foram entregues à polícia para auxiliar na apuração do caso, que está em sigilo.
Ataque planejado
O assalto ocorreu por volta das 4h30 desta terça-feira (5) no prédio da Prosegur, que fica na Avenida Saudade, zona norte da cidade. Segundo a Polícia Militar, viaturas faziam patrulhamento quando se depararam com um comboio de 15 carros e um caminhão.
A quadrilha bloqueou as ruas de acesso à avenida usando veículos e espalhou pregos pelas vias para dificultar a aproximação da polícia. Em seguida, atirou contra o transformador de um poste, deixando 2,2 mil imóveis e as ruas do bairro Campos Elíseos no escuro. Moradores de diferentes bairros e vizinhos ao local filmaram a ação.
De acordo com o tenente, o grupo estava fortemente armado e tinha desde pistolas a fuzis 556, 762, ponto 50, uma munição capaz de derrubar aviões. Dinamite foi usada para explodir o prédio e acessar o cofre. Segundo Osinski Junior, a quadrilha estava preparada para enfrentar um batalhão.
Mortes
Na fuga, três dos 15 carros utilizados pela quadrilha foram queimados. Um homem que, segundo a polícia, era morador de rua, foi usado como escudo. Ubiratan Soares Berto, de 38 anos, morreu devido a gravidade das queimaduras sofridas.
Parte do grupo seguiu pela Rodovia Anhanguera e atirou contra a viatura onde estavam o cabo Tarcísio Wilker Gomes, de 43 anos, e um colega. Gomes foi baleado na cabeça e morreu. Ele era casado e pai de um menino de 8 anos. O policial foi enterrado no mesmo dia, em Batatais.