Um ex-gerente e um gerente do Banco do Brasil (BB), soltos após cumprir prisão temporária por envolvimento com um golpe que desviou R$ 35 milhões de financiamentos agrícolas, voltaram a ser presos pela Polícia Federal (PF), nesta terça-feira (15), na região de Ribeirão Preto (SP).
Além deles, dois homens suspeitos de fazer o aliciamento de laranjas no esquema também foram detidos novamente. A princípio, a PF informou em nota que os quatro suspeitos voltaram a ser presos porque continuaram a praticar crime de lavagem de dinheiro.
Em coletiva de imprensa, no entanto, o delegado Flávio Vieitez Reis negou a informação, explicando que a medida foi tomada para evitar que os quatro suspeitos prejudicassem o andamento das investigações.
Procurada pela reportagem do G1, o Banco do Brasil informou que os funcionários envolvidos foram afastados "tão logo constatou indícios de irregularidades e tem colaborado com as autoridades competentes para apuração do caso".
Novas prisões
Os quatro mandados de prisão preventiva foram cumpridos na manhã desta terça, nas cidades de Franca (SP) e Guará (SP), em continuidade à Operação Golden Boy, deflagrada no início do mês.
Segundo a Polícia Federal, foi pedida a prorrogação da prisão temporária dos suspeitos e eles foram soltos depois de dez dias, na última quinta-feira (10).
Suspeitos soltos
Os ex-gerentes do Banco do Brasil Alexandre Rosato e Rafael Garcia Spirlandeli – apontado como chefe da quadrilha –, outros dois homens indicados como agenciadores de laranjas e um engenheiro ambiental, suspeito de emitir laudos falsos para aprovação dos empréstimos, foram presos no dia 1º de dezembro.
O advogado André Miguel Alberto de Araújo, que defende Rosato, afirmou quando o cliente foi solto que o gerente saiu da carceragem da PF e voltou para Guará, onde mora. Ele deveria permanecer afastado das funções na agência até o fim das investigações da polícia, conforme informações do banco.
Esquema
Segundo a PF, o golpe ocorreu entre julho de 2014 e março desse ano, e estava centralizado na agência do BB em Guará, onde Spirlandeli atuou como gerente até abril desse ano, quando pediu exoneração do cargo.
As investigações apontam que dois homens conseguiam nomes de laranjas e usavam os dados dessas pessoas para abrir contas no BB. Em seguida, o engenheiro ambiental emitia laudos falsos e, com a aprovação de Spirlandeli e Rosato, os financiamentos agrícolas eram aprovados.
Ainda segundo a PF, ao menos 30 pessoas foram usadas como laranjas e recebiam R$ 5 mil para participar do esquema. Sete já prestaram depoimento e outros 15 foram identificados. O delegado Flávio Vieitz Reis disse que familiares dos suspeitos também atuaram na fraude.