Por G1 Presidente Prudente


Vigilantes flagraram onça-pintada às margens do Rio Paranapanema — Foto: Reprodução/Facebook/Morro do Diabo

Dois vigilantes que trabalham na segurança do Parque Estadual do Morro do Diabo, em Teodoro Sampaio (SP), flagraram imagens de uma onça-pintada às margens do Rio Paranapanema, que fica na divisa entre os estados de São Paulo e do Paraná.

O animal é considerado o maior felino do continente americano.

De acordo com o parque, o registro das imagens foi feito durante uma ronda de fiscalização, no período diurno, através de celulares, pelos vigilantes Ricardo Costa Ducovschi e Reginaldo Duarte dos Santos, que estavam em uma embarcação, no meio do rio (veja vídeo abaixo).

Vigilantes do Morro do Diabo registram onça-pintada durante ronda no Rio Paranapanema

Vigilantes do Morro do Diabo registram onça-pintada durante ronda no Rio Paranapanema

O biólogo Edson Montilha, que trabalha na Fundação Florestal, entidade que é responsável pela gestão do Parque Estadual do Morro do Diabo, explicou ao G1 que a onça-pintada é um animal criticamente ameaçado de extinção no Estado de São Paulo principalmente em decorrência da redução histórica das áreas de Mata Atlântica.

Segundo ele, o registro das imagens feito pelos vigilantes no último domingo (12) é um indicativo da preservação ambiental no território do parque e demonstra que se trata de um animal adulto (veja vídeo abaixo).

Vigilantes do Morro do Diabo registram onça-pintada durante ronda no Rio Paranapanema

Vigilantes do Morro do Diabo registram onça-pintada durante ronda no Rio Paranapanema

“A Mata Atlântica é bastante fragmentada e reduzida. Existe uma grande biodiversidade por trás do aparecimento de uma onça-pintada, que é um predador do topo de cadeia. Isso mostra que tem intensidade ecológica na região do parque. Mostra que há recursos e alimentação para um animal desse porte, que necessita de uma grande área para viver, pois se desloca muito, e que tem como presas grandes mamíferos, como antas e capivaras”, salientou o biólogo ao G1.

Montilha lembrou que, no planeta, a onça-pintada é considerada o terceiro maior felino, atrás apenas do leão e do tigre.

O biólogo informou que a Fundação Florestal está iniciando, juntamente com parceiros, um projeto de monitoramento de grandes mamíferos no Morro do Diabo, através de câmeras que serão espalhadas pelo parque para acompanhar e registrar os deslocamentos dos animais, com a captação de imagens em fotos e vídeos durante 24 horas por dia.

“O processo de licitação deverá ser aberto no mês que vem e a previsão é de que o sistema entre em operação já no primeiro semestre de 2020”, detalhou Montilha.

Ele ainda lembrou ao G1 que o Morro do Diabo é um símbolo da preservação do mico-leão-preto, contando com a maior população do primata em Mata Atlântica no Estado de São Paulo.

Risco de extinção

A onça-pintada (Panthera onca) é o maior felino do continente americano. Tem até 1,90 metro de comprimento e 80 centímetros de altura. Os machos pesam cerca de 20% a mais do que as fêmeas, podendo chegar a 135 quilos.

A onça-pintada pode viver em vários tipos de habitat, desde que uma parte da vegetação seja densa. É um animal solitário e territorial. Tem hábitos noturnos. Pode ocupar áreas de 22 km² a mais de 150 km² (dependendo da disponibilidade de presas). A espécie era encontrada desde o sudoeste dos Estados Unidos até o norte da Argentina. Mas está oficialmente extinta nos Estados Unidos e já é uma raridade no México.

Na onça-pintada, ocorre também o fenômeno do melanismo, comum em outros felinos. A coloração amarela é substituída por uma pelagem preta. Dependendo da luz em que o animal se encontra, percebem-se as rosetas. O animal na forma melânica é chamado de onça-preta.

As populações vêm diminuindo devido ao confronto com atividades humanas, como a pecuária. A espécie é classificada pela União Internacional para Conservação da Natureza (IUCN) e pelo Instituto Brasileiro de Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) como vulnerável e está no Apêndice I da Convenção sobre o Comércio Internacional de Espécies de Fauna e Flora Selvagem Ameaçadas de Extinção (Cites). Ou seja, o risco de extinção está associado ao comércio e sua comercialização só é permitida em casos excepcionais, mediante autorização expressa.

Vigilantes flagraram onça-pintada às margens do Rio Paranapanema — Foto: Reprodução/Facebook/Morro do Diabo

Vigilantes flagraram onça-pintada às margens do Rio Paranapanema — Foto: Reprodução/Facebook/Morro do Diabo

Vigilantes flagraram onça-pintada às margens do Rio Paranapanema — Foto: Reprodução/Facebook/Morro do Diabo

Vigilantes flagraram onça-pintada às margens do Rio Paranapanema — Foto: Reprodução/Facebook/Morro do Diabo

Vigilantes flagraram onça-pintada às margens do Rio Paranapanema — Foto: Reprodução/Facebook/Morro do Diabo

Vigilantes flagraram onça-pintada às margens do Rio Paranapanema — Foto: Reprodução/Facebook/Morro do Diabo

Vigilantes flagraram onça-pintada às margens do Rio Paranapanema — Foto: Reprodução/Facebook/Morro do Diabo

Vigilantes flagraram onça-pintada às margens do Rio Paranapanema — Foto: Reprodução/Facebook/Morro do Diabo

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