Por G1 Piracicaba e Região


Alunos bloquearam entrada dos blocos da Unimep em Piracicaba — Foto: Edijan del Santo/EPTV

Após quatro dias de greve de professores e funcionários, o reitor da Universidade Metodista de Piracicaba (Unimep), Marcio de Moraes, foi demitido. A decisão, que aconteceu na sexta-feira (12), agrava ainda mais a crise na instituição. Estudantes ocupam a reitoria desde o dia 5 de agosto em apoio à manifestação dos docentes e trabalhadores, que pede mais autonomia da unidade e critica as decisões da Rede Metodista, mantenedora da universidade. A Associação de Docentes da Unimep (Adunimep) criticou a demissão e afirmou que a ação é um “rompimento com a autonomia”.

A Rede Metodista ainda não se manifestou oficialmente sobre os motivos da demissão. De acordo com a Adunimep, uma das razões para os alunos terem ocupado a reitoria era justamente a possibilidade de desligamento do reitor. Ainda segundo a entidade, Moraes contrariou decisões da mantenedora, entre elas, determinou a volta do portal antigo para que os alunos conseguissem efetuar a matrícula do segundo semestre.

O Instituto Educacional Piracicaba, representante da Rede Metodista no município, informou a saída do reitor aos docentes e professores em nota publicada na sexta-feira. O documento é assinado pelo diretor-geral do instituto, Robson Ramos de Aguiar, e não menciona a palavra "demissão", mas apenas diz que Moraes deixa as funções de reitor. “Manifestamos nossa gratidão por esse período no qual o Prof. Marcio esteve na liderança da universidade”, finaliza o texto.

O professor Fabio Josgrillberg assume interinamente a função. Ele é diretor nacional da Rede Metodista.

Estudantes da Unimep colaram cartazes pelo campus Taquaral em Piracicaba — Foto: Edijan del Santo/EPTV

Fórum

Na manhã de sexta-feira (12), representantes da rede, professores, funcionários e alunos se reuniram em um fórum de conciliação em São Paulo para negociar. No entanto, o vice-presidente da Adunimep, Cassiano Barros, disse que não houve novas propostas.

“Eles não apresentaram nenhuma proposta nova, não conseguimos avançar na conciliação. No período da tarde, Márcio de Moraes foi demitido. Isso compromete significativamente a autonomia”, opinou Barros.

O G1 tentou entrar em contato por telefone com a Rede Metodista e com a assessoria de imprensa da Unimep para um posicionamento, mas até a publicação não obteve retorno.

Ato na Unimep em Piracicaba — Foto: Claudia Assencio/G1

Greve e ocupação

Por conta da demissão do reitor, os professores, funcionários e alunos vão realizar uma assembleia na próxima segunda-feira (14) para definir os rumos da greve. O vice-presidente da Adunimep afirmou que os docentes consideram aderir à ocupação que já dura sete dias no prédio da reitoria.

A greve, que começou oficialmente na terça-feira (7), deve continuar por tempo indeterminado. Na última semana, houve protestos que também incluíram alunos e funcionários. Os manifestantes pediam mais autonomia da Unimep e criticavam intervenções da rede metodista na administração da universidade.

Na ocasião, os blocos dos campi Taquaral e Santa Bárbara d'Oeste (SP) foram fechados com cadeiras e mesas. Cartazes também foram espalhados pela universidade. Os estudantes que ocupam a unidade também realizam aulas públicas sobre os motivos da greve. Na quinta-feira (10), eles se reuniram com os professores e fizeram uma faixa gigante.

Com cem metros de extensão, ela dizia. "A Universidade Metodista de Piracicaba somos todos nós!!!".

Faixa gigante feita por alunos, professores e funcionários da Unimep — Foto: Paulo Roberto Botão

O G1 entrou em contato com uma comissão de alunos que ocupam a reitoria para saber o que vai ser feito após a demissão. No entanto, os estudantes também não se manifestaram.

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