A entidade mantenedora da Universidade Metodista de Piracicaba (Unimep) propôs recontratar os 51 professores demitidos em julho. A proposta foi juntada à ação civil na Justiça do Trabalho na sexta-feira (17), um dia depois da audiência no Ministério Público do Trabalho (MPT), ocorrida um dia antes. Segundo o documento, os docentes teriam que migrar para a nova carreira do magistério ou, se não aceitassem, receberiam uma proposta de rescisão contratual individual.
Tanto o Sindicato dos Professores de Campinas e Região (Sinpro) quanto a Associação dos Docentes da Unimep (Adunimep) confirmaram o recebimento da proposta e disseram que ela será discutida em uma assembleia na noite desta segunda-feira (20).
Unimep demitiu 51 professores em julho — Foto: Rafael Bitencourt
Segundo o Sinpro, a migração da antiga para a nova carreira causa redução de até 40% nos salários. Os professores perdem o quinquênio, que é o adicional por tempo de serviço de 5% sobre o salário, dado a cada cinco anos. Eles também deixam de ser mensalitas e passam para horistas.
A proposta do Instituto Educacional Piracicabano (IEP), entidade mantenedora da Unimep, inclui ainda o parcelamento das verbas rescisórias; pagamento do salário em atraso de 42 docentes até 4 dias úteis após assinatura do acordo ou até o dia 31de agosto, "exceto aqueles de carreira nova como horista – para estes vale a recontratação com mesmo valor hora".
O IEP trata a tentativa de acordo como "proposta final" e, no documento, cita que cumpriu a determinação do MPT antes do prazo dado.
"Com a proposta acima, cumprindo em menos de 48 horas o que foi ajustado perante o Ministério Público do Trabalho, esperamos seja prevalente a compreensão e reconhecimento de que estamos ofertando a garantia do emprego a todos, em condições que sejam suportáveis para a administração da Universidade".
O G1 entrou em contato, por e-mail, com o IEP e a Unimep, mas não houve retorno até esta publicação.
Demissões de julho
Os professores foram desligados durante as férias de julho. O IEP defende que a demissão foi necessária porque houve redução no número de alunos nos últimos anos. Com isso, há cursos que ficaram com média próxima de um professor por estudante, sendo que o adequado seria 20 alunos para cada docente.
Alguns professores receberam o aviso de demissão por e-mail e outros foram desligados por telegrama. Tanto o presidente da Adunimep, Milton Souto, quanto a vice-presidente, foram desligados.
As demissões ocorreram pouco após os professores terem encerrado uma greve que durou pouco mais de 20 dias. A paralisação foi iniciada no dia 11 de junho após a Unimep não pagar os salários de todos os professores no quinto dia útil e, com isso, desrespeitar o Termo de Ajuste de Conduta (TAC) firmado entre o Ministério Público do Trabalho (MPT) e a universidade.