A atendente Priscila Munhoz, de 26 anos, morta pelo ex-namorado com um tiro na cabeça nesta terça-feira (22), dentro de uma loja no Centro de Limeira (SP), já tinha registrado boletim de ocorrência contra o assassino por ameaças. A queixa foi feita em setembro. Ela havia afirmado à Polícia Civil que o homem disse a funcionários de uma clínica, onde estava internado, que iria matá-la e depois ele se mataria.
Nelson dos Santos, de 29 anos, seria usuário de drogas e disparou contra a própria cabeça após balear Priscila. Tanto a jovem quanto o rapaz chegaram a ser socorridos pelo Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu). Eles foram levados para a Santa Casa de Limeira, mas a jovem morreu no final da tarde de terça e Santos por volta das 21h.
De acordo com o registro da Polícia Civil em setembro, Santos não aceitava a separação do casal, que ficou junto durante 13 anos. Na ocasião, Priscila afirmou que o homem tinha voltado a usar drogas e que, por isso, tinha ficado internado durante seis meses. Priscila afirmou à polícia também que havia terminado o relacionamento.
Após a denúncia, a jovem obteve na Justiça uma medida protetiva que proibia Santos de se aproximar dela, podendo ser preso caso descumprisse a ordem judicial. Uma prima da vítima, que pediu para não ser identificada, afirmou que Priscila tinha medo do rapaz e que, apesar da queixa, não houve proteção.
Polícia Civil
"A lei Maria da Penha é muito clara. Havendo qualquer denúncia, agressão ou ameaça, a mulher deve procurar a Delegacia de Defesa da Mulher (DDM) e a medida protetiva é solicitada, como aconteceu neste caso", afirmou o delegado seccional de Limeira, José Henrique Ventura.
as ameaças do ex (Foto: Reprodução / EPTV)
O seccional disse ainda que, mesmo quando a vítima já tem uma medida protetiva, ela precisa chamar a polícia diante de qualquer iminência de transgressão à ordem judicial para garantir que o denunciado se aproxime.
"Assim, se acontecer qualquer tipo de transgressão, o juiz decreta a prisão e a polícia cumpre o mandado", afirmou.Segundo Ventura, a Polícia Civil vai investigar como o homem conseguiu a arma e se houve algum tipo de participação de terceiros no crime.