Menor suspeito de planejar massacre passou por audiências no Fórum de Suzano — Foto: Natan Lira/G1
O Tribunal de Justiça do Estado de São Paulo (TJSP) divulgou nesta sexta-feira (3) que a justiça de Suzano julgou procedente a denúncia do Ministério Público contra o jovem apontado como mentor intelectual do massacre na Escola Estadual Professor Raul Brasil, em Suzano, que terminou com 10 mortos e 11 feridos.
Ao jovem de 17 anos foi aplicada medida de internação por prazo indeterminado, com avaliações periódicas de acordo com o Estatuto da Criança e Adolescente (ECA). Dentro de um ano, ele será submetido a exames psiquiátricos e psicológicos.
O advogado de defesa do menor, Marcelo Feller, disse que se pronunciará apenas na segunda-feira (6).
Para a investigação, o suspeito planejou o atentado à escola com os dois assassinos, que morreram no dia do massacre. No entanto, a defesa do jovem disse que ele apenas "fantasiou" o crime, mas não ajudou os assassinos a executá-lo.
Por se tratar de um processo em segredo de justiça, o TJ informou que não pode passar detalhes, como por quais atos infracionais o menor vai responder.
Massacre na escola Raul Brasil deixou dez mortos — Foto: Maiara Barbosa/G1
O adolescente foi apreendido no dia 19 de março. Desde então, a Justiça tinha 45 dias para julgar a denúncia da Polícia Civil e do Ministério Público de que ele teria sido mentor intelectual do crime. O prazo terminaria neste sábado (4).
No período em que ficou apreendido provisoriamente, o menor passou por audiências de instrução. Em uma delas, no dia 26 de março, foram ouvidas 17 testemunhas. Segundo o TJSP, 13 delas de acusação e três de defesa. Uma tinha sido arrolada pelas duas partes.
Em 4 de abril, outras duas testemunhas foram ouvidas em uma nova audiência, mas tanto o TJSP quanto a defesa do menor não informaram se elas eram de acusação ou defesa.
Adeilton dos Santos (esq.), Cristiano de Souza (centro) e Geraldo dos Santos respondem pela venda de arma e munições usadas no massacre — Foto: Reprodução/G1
Prisões
Desde o início das investigações do atentado à escola Raul Brasil, em 13 de março, além do menor apreendido, outras quatro pessoas foram presas sob suspeita de negociar arma ou munição para os jovens utilizarem na ação.
A última prisão ocorreu nesta quinta-feira (2), em Suzano. Segundo a polícia, Geraldo Oliveira dos Santos, de 41 anos, vendeu a arma utilizada no crime. O negócio, de acordo com a polícia, foi intermediado pelo mecânico Cristiano Cardias de Souza, de 47 anos, preso no dia 10 de abril. Conhecido como Cabelo, ele também teria vendido as munições calibre 38 utilizadas no ataque.
Outros dois homens já tinham sido presos no dia 11 de abril por suspeita no envolvimento na venda da arma e de munição. Um deles foi solto por falta de provas. Já Adeilton Pereira dos Santos segue preso e também é suspeito de ter intermediado a venda da arma.
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