Por Kleber Tomaz, G1 SP — Suzano


Flores deixadas na porta da Escola Estadual Raul Brasil, na manhã desta quarta-feira (20) — Foto: Kleber Tomaz/G1

Uma semana depois do massacre de Suzano, a Polícia Civil e o Ministério Público (MP) tentam identificar se mais pessoas estão envolvidas no crime que deixou dez mortos – incluindo os dois criminosos – na última quarta-feira (13) na cidade da região metropolitana de São Paulo.

Investigadores querem saber, por exemplo, quem deu um revólver sem identificação aos assassinos. Eles também tentam identificar quem é a pessoa que conversou por WhatsApp com o adolescente de 17 anos apreendido nesta terça-feira (19) por suspeita de ter ajudado a planejar o ataque.

Sete pessoas, entre alunos e funcionários, foram mortas a tiros e golpes de machado pelos dois ex-alunos do colégio, um de 17 anos e outro de 25 anos. Um dos assassinos matou o outro e se matou em seguida depois que os dois foram cercados pela Polícia Militar dentro da escola. Um tio do assassino mais novo foi morto a tiros pelo sobrinho na sua loja de carros momentos antes do ataque à escola.

Agora, policiais e MP estão em busca de pistas que levem aos membros de um fórum na deep web, parte da internet que é considerada obscura e que não pode ser encontrada em buscadores. Essas redes anônimas podem ser usadas para incitar crimes de ódio e intolerância em grupos. Há registro de membros que comemoraram o massacre.

“Há uma linha de investigação nesse sentido: quem vendeu a arma e ajudou eles a terem acesso à arma?”, questionou na terça-feira (12) o delegado Alexandre Dias, da delegacia de Suzano. Se esta pessoa for identificada, ela poderá ser responsabilizada por participação no crime.

Conversas com suspeito apreendido

Policiais que participam da investigação também informaram que continuam tentando identificar quem é a pessoa que conversou por aplicativo de celular com o adolescente detido. Eles querem saber se o interlocutor do jovem também teve alguma participação na chacina, com incitação ao crime ou ajuda no planejamento, por exemplo.

O procurador de Justiça Gianpaolo Smanio afirmou na semana passada ao G1 que, se ficar comprovada a participação de membros do fórum da deep web no crime, eles poderão responder por organização criminosa ou até por participação no massacre.

Defesa nega participação de adolescente

Marcelo Feller, advogado do adolescente apreendido, falou nesta terça que seu cliente não é responsável pelo crime.

"Para mim, ele negou qualquer participação nesse ato. O que me parece bastante crível pela mensagem que ele manda para o próprio atirador informando o que está acontecendo", disse Feller aos jornalistas.

No dia 26 deste mês, a Justiça vai realizar a audiência de instrução para decidir se mantém ou não a internação do menor. Testemunhas serão ouvidas. Ele está apreendido provisoriamente por 45 dias numa unidade da Fundação Casa que não foi divulgada por questão de segurança.

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