Flagrantes de pichação em Campinas sobem 118% entre janeiro e maio de 2024
Consideradas vandalismo e crime ambiental, as pichações ocupam o cenário urbano de Campinas (SP) em fachadas de prédios, muros, quadros de energia e paredes de igrejas. Segundo dados da Guarda Municipal, as ocorrências desse tipo de infração aumentaram 118% na comparação entre janeiro e maio deste ano com o mesmo período do ano passado.
De acordo com a Guarda Municipal, Campinas registrou 11 ocorrências de pichação de janeiro a maio de 2023. No mesmo período de 2024, o número subiu para 24 casos em que os criminosos foram levados para a delegacia.
Flagrante de pichação no centro e Campinas — Foto: Reprodução/EPTV
Pichação surge como protesto
O turismólogo Rômulo Schincariol explica que a atividade surgiu na década de 1960 na França como uma forma de protesto para marcar territórios. De acordo com ele, as consequências da ação refletem diretamente no bolso da população.
"Esses danos acabam atacando a própria conservação do patrimônio público, gera-se custos para a recuperação. Esses custos são revertidos para os impostos, para o que a gente paga" .
Apesar de ser uma atividade criminosa, que pode resultar na prisão do indivíduo e no pagamento de multas, Rômulo diz que tais consequências raramente são colocadas em prática.
“Quanto mais a gente consegue observar essas pichações na cidade, a gente consegue perceber que a punição não está equilibrada dentro desse processo de preservação”, afirma.
Placa instalada por comerciantes de Campinas para evitar pichações — Foto: Reprodução/Eptv
Placas de conscientização
Como uma tentativa de minimizar as ocorrências, comércios e de empreendimentos em construção têm instalado placas com informação nas fachadas sobre como o dinheiro economizado com a manutenção do local vandalizado será revertido. Uma das sinalizações, na foto acima, indica que a quantia será direcionada para entidades assistências.
O comerciante Renaldo Antônio Júnior utilizou da técnica no exterior de sua barbearia, localizada no centro de Campinas, e afirma que a ação não foi totalmente eficaz mas reduziu consideravelmente as pichações.