Por g1 Campinas e Região


Polícia Federal acompanha o desembarque de vacinas contra Covid-19 da Pfizer no Aeroporto de Viracopos, em Campinas (SP) — Foto: Polícia Federal

A farmacêutica americana Pfizer entrega ao Brasil, nesta quinta-feira (30), mais 2,6 milhões de doses da vacina contra a Covid-19, divididas em dois voos. A primeira das aeronaves, com 1.521.000 imunizantes, pousou às 18h30 no Aeroporto Internacional de Viracopos, em Campinas (SP). Outro avião com mais 1.140.750 doses chegou ao ao terminal às 18h50.

As remessas fazem parte da nova série de entregas da empresa prevista para chegar ao país até domingo (3), que vai totalizar 10,5 milhões de vacinas e completar o primeiro contrato de 100 milhões de doses da empresa com o governo federal.

Na quarta (29), o Brasil recebeu uma carga com 1,1 milhão de imunizantes - a previsão inicial também era de 2,6 milhões de doses, assim como nesta quinta, mas um dos voos foi remanejado.

Pelo acordo assinado em março de 2021, a farmacêutica deveria completar a entrega das 100 milhões de doses até o fim do terceiro trimestre (30 de setembro). No entanto, em comunicado, a empresa destacou que trata o período até 3 de outubro como mais uma semana logística e que isso "não representa atraso ou comprometimento na entrega da vacina".

Há um segundo contrato entre Pfizer e governo federal, assinado em 14 de maio, que prevê mais 100 milhões de vacinas entre outubro e dezembro.

"Pelo fato da última semana de setembro se encerrar numa quinta-feira (dia 30) os últimos lotes previstos para o mês chegarão até o dia 3 de outubro. Reafirmamos nosso compromisso com o Brasil para a entrega de 200 milhões de doses da nossa vacina até o final de 2021 conforme cronograma estimado em contrato, que considera 100 milhões de doses entregues até o final do 3º trimestre, e outras 100 milhões durante o 4º trimestre. Estamos trabalhando junto ao Ministério da Saúde nas etapas necessárias para que as entregas ocorram conforme o cronograma", diz o comunicado.

Com as remessas desta quinta, a farmacêutica completa a entrega de 93,8 milhões de doses em 93 remessas ao Ministério da Saúde.

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Entregas

A Pfizer utilizou o Aeroporto de Viracopos para todas as entregas ao Brasil até agora. A primeira remessa teve 1 milhão de doses e foi recebida pelo país em 29 de abril, em cerimônia que contou com a presença do ministro da Saúde, Marcelo Queiroga.

Segundo a Pfizer, as doses enviadas ao Brasil são produzidas em duas fábricas nos Estados Unidos, Kalamazoo e McPherson, além de uma fábrica na Europa, Purrs na Bélgica.

A logística de entrega das doses ao governo federal conta com apoio da Receita Federal, Polícia Federal e da Polícia Rodoviária Federal. Ainda no terminal de Viracopos, equipes da Receita desenvolveram um processo chamado desembaraço sobre nuvens, que permite a antecipação da conferência e liberação da carga - o processo entre a abertura da porta de carga do avião e liberação do caminhão ocorre em até 20 minutos.

Após a liberação em Viracopos, equipes escoltam o transporte rodoviário das doses até o centro de distribuição do Ministério da Saúde, em Guarulhos (SP).

Que vacina é essa? Pfizer Biontech

Que vacina é essa? Pfizer Biontech

Remessas entregues pelo acordo com o Ministério da Saúde

Entregas previstas

  • 01/10: 1.521.000 doses
  • 03/10: 2.515.500 doses (3 voos)

Entrega pelo consórcio Covax Facility

Armazenamento

No fim de maio, a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) autorizou novas condições de conservação e armazenamento para a vacina da Pfizer/Biontech, que agora pode ser mantida em temperatura controlada entre 2ºC e 8ºC por até 31 dias. A orientação anterior era de cinco dias.

Antes da liberação dos frascos para a vacinação, as doses da Pfizer precisavam ser armazenadas em caixas com temperaturas entre -25°C e -15°C por, no máximo, 14 dias. Tais condições não permitiam que a vacina fosse enviada para municípios distantes mais que 2h30 da capital do estado.

Histórico

A vacina da Pfizer/BioNTech foi alvo de recusa e polêmicas dentro do governo federal. Ainda no ano passado, três ofertas formais para venda de 70 milhões de doses foram feitas pela empresa e ficaram sem resposta do Ministério da Saúde.

Também em dezembro, o secretário de Vigilância em Saúde do Ministério da Saúde, Arnaldo Medeiros, descartou a compra da vacina por causa da exigência de armazenamento em baixas temperaturas.

A vacina foi a primeira a obter registro sanitário definitivo pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), em fevereiro deste ano.

O imunizante pode ser aplicado em pessoas a partir de 12 anos de idade, em duas doses, com intervalo de 21 dias entre elas. A vacina é a única que pode ser aplicadas em menores de 18 anos no Brasil.

Inicialmente a autorização da Anvisa permitia o uso a partir de 16 anos. Mas o órgão autorizou a mudança na bula da vacina no país. Entretanto, ainda não há perspectivas de vacinação dessa faixa etária no Brasil.

A ampliação da idade em adolescentes foi aprovada depois de a Pfizer apresentar estudos que indicaram a segurança e eficácia da vacina para este grupo. Os estudos foram desenvolvidos fora do Brasil e avaliados pela agência.

Pfizer prevê atingir 89 milhões de doses entregues até domingo — Foto: Carla Cleto

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