Polícia identifica homem que planejou roubo na Protege; veja vídeo exclusivo

O Departamento Estadual de Investigações Criminais (Deic) identificou o homem que planejou o assalto milionário na empresa de valores Protege, em Campinas (SP), há dois meses. Os criminosos levaram cerca de R$ 50 milhões após explosões e tiroteio. Imagens exclusivas obtidas pela TV Globo mostram o passo a passo da ação. [veja vídeo acima]

As imagens de câmeras de segurança mostram a passagem de um gato preto pela calçada da empresa de valores Protege. Uma hora e meia depois, os ladrões chegaram, em carros e caminhões, e começaram a atirar. O som dos fuzis acordou a vizinhança e instaurou um clima de terror no bairro São Bernardo.

Em seguida, os criminosos avançaram e atiraram nas paredes para destruir as câmeras de segurança apontadas para a rua. Um deles apoiou o fuzil no portão e disparou. No meio do ataque, a metralhadora emperrou.

Então, o ladrão voltou para o carro e saiu com um fuzil atirando para todos os lados. Sem chance de reagir, dentro da empresa o vigilante saiu correndo, caiu e se arrastou pelo corredor. É possível ver pelas imagens que ele até perdeu o revólver no caminho.

Imagens mostram segurança no chão durante assalto na empresa Protege (Foto: Reprodução/ EPTV).

2ª fase
A segunda fase do roubo começou quando um dos caminhões foi descarregado. Os homens tiraram uma estrutura de metal, com explosivos presos a ela, e a instalaram na parede do prédio.

Pelo vídeo é possível ver ainda que o portão principal, que atrapalhava o caminho, foi arrancado e caiu na perna de um dos ladrões. Na hora em que os cabos amarelos foram esticados, quase todos se afastaram. Só ficaram dois para acender os pavios. Em seguida, ocorreu uma explosão.

O vento afastou a fumaça e revelou um grande buraco na parede por onde a quadrilha entrou. O caminhão foi colocado estragicamente na frente do buraco, para ser carregado. Toda a comunicação entre os assaltantes era feita por telefone.

Portão, que atrapalhava o caminho, foi arrancado por assaltantes na ação (Foto: Reprodução/EPTV).

3ª fase
Em seguida, o roubo entrou na terceira fase. Com máscaras, capacetes e lanternas presas à cabeça, os ladrões entraram na tesouraria, arrastaram móveis que atrapalhavam o caminho e chegaram à porta do cofre.

Sem demonstrar pressa nenhuma, eles prepararam mais uma explosão. Só faltava essa para que eles chegassem até a sala onde estavam os pacotes de dinheiro. Mas, de repente, a sala tremeu e o teto desabou.

Então, os cerca de R$ 50 milhões foram levados embora de caminhão. Durante a fuga, os ladrões ainda queimaram veículos para manter a polícia afastada.

Antes de atacar a sede da empresa, os ladrões já estavam preparados para evitar qualquer reação.

Criminosos com fuzis foram colocados nas saídas da via Anhanguera e nas ruas ao redor da transportadora de valores. Durante os cinquenta minutos que durou o assalto, a polícia não chegou nem perto.

Planejamento
Segundo a polícia, a ação foi planejada por Luciano Castro de Oliveira, conhecido como Zequinha. Ele é um dos homens mais procurados do país.

Segundo levantamento do Deic, ele estava no carro preto usado no roubo em Campinas.

Zequinha era assaltante de banco, foi condenado a 53 anos de prisão, mas fugiu da antiga casa de detenção em 2001.

Prisões
Quatro suspeitos de participar do assalto milionário foram presos. O último tomava conta do depósito de armas da quadrilha, descoberto duas semanas atrás.

Para o delegado Fabiano Barbeiro, eles são considerados mão-de-obra das quadrilhas e são facilmente substituídos pelos chefes. 

"Eles vão se juntando até formar um time nesse meio de ação, logo em seguida, uns são presos, outros eventualmente em confronto acabam morrendo, perdendo a vida, enfim, e aqueles que sobram se reagrupam com outros tantos e compõem novas células", afirma.

Apesar das prisões, até o momento, dos R$ 50 milhões roubados da empresa de valores, a polícia recuperou apenas R$ 16 mil.

Assalto aconteceu há dois meses durante a madrugada, em Campinas (SP) (Foto: Reprodução/EPTV).