Creedence volta ao Brasil após 5 anos, destaca renovação do público e reforça admiração pelo país: 'Amo coxinhas'

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A banda estadunidense esteve em atividade entre 1959 e 1972 com o nome Creedence Clearwater Revival, retornou com dois dos membros originais em 1995 na versão Creedence Clearwater Revisited, e sofreu uma nova modificação após o cancelamento dos shows com a pandemia da Covid-19 em 2020 com o novo nome Revisiting Creedence - que desembarca em Campinas neste sábado.

O Revisiting reúne Dan McGuinness e Kurt Griffey, vocalista e guitarrista, respectivamente, que na última década fizeram as turnês com os membros fundadores do original, Stu Cook e Doug Clifford.

Dan e Kurt conversaram com o g1 e falaram sobre a energia do público brasileiro, refletiram como a realidade nas letras das músicas cantadas pelo grupo permite uma renovação constante do público, mesmo que os hits sejam de seis décadas atrás, e revelaram o amor por um típico salgado do Brasil.

“Algumas das questões que acontecem no mundo hoje, que refletem os anos 60. Acho que muitos jovens se identificam com as mesmas mensagens que essas músicas tinham na época da Guerra do Vietnã e outras insatisfações com o governo dos EUA”, reflete Kurt.

Este novo momento do Creedence tornou a banda essencialmente de legado. Kurt e Dan entraram para o grupo em 2010 e 2016, respectivamente, e contam como foram importantes as turnês que fizeram com os membros originais Stu Cook e Doug Clifford.

Juntos, visitaram o Brasil algumas vezes; São Paulo, em outubro de 2019, foi a última passagem. Ninguém esperava que acontecesse uma pandemia global no ano seguinte e que shows fossem cancelados. Tal acontecimento acelerou uma mudança que já estava programada e encerraria o grupo após 25 anos.

Revisiting Creedence foi criado em 2021 e, até 2023, foram realizadas algumas apresentações nos EUA e México. Mas foi em 2024 que a banda iniciou a turnê mundial, com o Brasil em destaque como o único país programado na agenda de shows além dos EUA e passando por nove cidades, entre elas Campinas.

Os músicos contam que o público do Brasil sempre chamou muito a atenção pela emoção. Kurt lembrou da “energia intensa” que sentiu em 2012, quando ainda tocava com Stu e Doug.

“Foi mais do que eu esperava, só sabia que as músicas eram populares. Mas quando você está no palco tocando e eles estão cantando junto com você, é tipo, uau”, conta Dan McGinness, quando veio ao Brasil pela primeira vez em 2019.

“As plateias brasileiras são incríveis. Cantam as músicas tão alto que quase te encobrem. Você mal consegue ouvir o que está tocando. E o público pula de um jeito que parece uma onda no mar”, fala Kurt Griffey.

A dupla conta que o setlist de Revisited Creedence é da clássica banda dos anos 1960 e 1970, reunindo tantos hits que, segundo Kurt, “não é possível colocar todos os sucessos em apenas um show”.

“Tentamos misturar, mas, sabe, toda música é a favorita de alguém [...] é um sucesso a cada música”, diz Kurt Griffey

Mas Dan ressalta que sempre reservam espaço nos shows para agradar os fãs mais fervorosos com músicas não tão conhecidas.

“Mas tem que tocar Proud Mary e Bad Moon Rising, essas músicas icônicas, cobrimos todas elas. [...] não temos tempo para todas, mas é um bom problema para ter”, fala Dan McGinness.

Para Kurt Griffey, outro fator que garante a longevidade das músicas são as questões tratadas nas letras, que transcendem a época em que foram criadas. Assim, as músicas acabam agradando pessoas de todas as idades e gostos, conquistando desde os fãs de rock até os que gostam de country.

“Você vê pais e filhos se abraçando, como o Kirk disse, várias gerações juntas. Vemos crianças nos nossos shows até pessoas nos seus 80 anos. É uma daquelas bandas que alcança todos os estilos, country, blues, rock, que todos adoram”, lembra Dan McGinness.

Quando Kurt assumiu a guitarra do Creedence Revisited, em 2010, após a saída de Tall Morris, lembra dos conselhos de Stu e Doug para ele ser ele mesmo. A sobrevivência do grupo estava na busca pela honestidade, e não em ser uma cópia.

Kurt explica que tal decisão permaneceu na entrada de Dan McGinness, em 2016, no vocal. Foi a escolha por uma voz que encaixasse nas músicas, mas com abertura para o músico desenvolver o estilo e a interpretação próprios, algo que se mantém no atual Revisited.

“O que estamos fazendo agora não é muito diferente do que fazíamos com os membros originais. Tem as linhas de guitarra, as melodias que todo mundo conhece, e eu garanto que as executo como devem ser. Mas também há momentos em que posso dar minha própria interpretação. Então, sim, é um equilíbrio, mas tem funcionado e não nos desviamos muito da fórmula”, diz Kurt Griffey.

Vestido de verde amarelo, Dan revela que gosta muito de uma comida típica do Brasil, a coxinha. Além disso, o músico garante que só existe um jeito certo de apreciá-la.

“Amo coxinhas. Eu como de cima. É o único jeito de comê-las. Tem uma cafeteria brasileira perto do meu apartamento em Chicago, e é muito boa”, afirma McGinness.

• Data: sábado, 23 de novembro, às 17h
• Local: Multi Arena EP FM
• Endereço: Avenida Guilherme Campos, 500 - Bloco II - Jardim Santa Genebra
• Quanto: a partir de R$ 230, no site