Treze investigados viram réus por desvio de dinheiro na Apae de Bauru
A Justiça tornou 13 pessoas rés no processo que investiga o desvio milionário de verbas da Apae de Bauru (SP). A acusação foi formalizada nesta quinta-feira (19) pelo Grupo de Atuação Especial de Repressão ao Crime Organizado (Gaeco), vinculado ao Ministério Público (MP), e aceita pela Justiça.
Entre os acusados, estão o ex-presidente da Apae, Roberto Franceschetti Filho, funcionários da instituição e familiares de Cláudia Lobo, ex-secretária executiva da entidade, que está desaparecida desde agosto e, segundo a polícia, foi assassinada por Roberto. São eles:
- Roberto Franceschetti Filho - ex-presidente da Apae;
- Gisele Aparecida de Camargo Tavares - ex-presidente da Apae;
- Izabel Cristina dos Santos Albuquerque - coordenadora de Desenvolvimento Institucional da Apae;
- Renato Tadeu - ex-militar que prestava serviços de segurança à Apae;
- Gabriel Gomes da Rocha Rodrigues - funcionário da instituição e considerado filho adotivo de Cláudia Lobo;
- Fernando Sheridan Rocha Moreira - primo de Cláudia Lobo e também funcionário da Apae;
- Renato Golino - ex-coordenador financeiro da Apae;
- Letícia da Rocha Lobo - filha de Cláudia Lobo;
- Ellen Souza da Rocha Lobo - irmã de Cláudia Lobo;
- Diamantino Passos Campaguci Junior - cunhado de Cláudia Lobo;
- Persio de Jesus Prado Junior - ex-marido de Cláudia Lobo;
- Maria Lucia Miranda - atual coordenadora financeira da Apae;
- Felipe Guimarães Simões Moraes - empresário.
Presos suspeitos de desvios milionários na Apae de Bauru — Foto: Reprodução/TV TEM
Todos enfrentam acusações de peculato e formação de organização criminosa. A primeira audiência de pré-julgamento do caso está marcada para o dia 1º de abril.
Os advogados de defesa dos familiares de Cláudia Lobo, com exceção de Gabriel e Fernando, protocolaram um pedido para que a investigação sobre os desvios seja remetida à Justiça Federal.
Eles alegam que parte dos recursos da Apae provém da União, o que, segundo a defesa, tornaria a investigação de competência da Justiça Federal.
O pedido, caso aceito, anularia todos os atos processuais até agora realizados, alegando que teriam sido feitos por um juízo incompetente.
Em nota, a "A APAE Bauru esclarece que, das quatro pessoas recentemente indiciadas por desvios financeiros, três já não fazem parte do quadro de funcionários da instituição. Atualmente, apenas uma pessoa continua como funcionária, mas encontra-se afastada por licença médica, condição que, conforme a legislação vigente, impede o desligamento até o seu retorno", informa o texto.
Letícia, filha de Cláudia Lobo, foi presa durante a operação em Bauru — Foto: Reprodução/TV TEM
Suposto homicídio de Cláudia Lobo
O esquema de desvio foi descoberto durante as investigações do suposto homicídio de Cláudia Lobo, ex-secretária executiva da Apae.
Ela foi dada como desaparecida em agosto de 2024, e a polícia acredita que ela tenha sido assassinada por Roberto Franceschetti Filho, o ex-presidente da Apae, com um tiro, no dia 6 de agosto.
Presidente da Apae é preso suspeito de envolvimento no desaparecimento de funcionária em Bauru — Foto: Arquivo pessoal
O corpo de Cláudia teria sido queimado, e um funcionário da instituição relatou ter ajudado Roberto a destruir os restos do corpo. Um laudo pericial foi divulgado também nesta quinta-feira sobre fragmentos de ossos encontrados pela polícia, três meses após ser enviado para análise.
O resultado não confirmou que os restos seriam humanos, já que não foi detectada a concentração mínima de DNA necessária para comprovar sua origem.
Polícia retornou à delegacia após realizar diligências em propriedade rural de Bauru (SP) — Foto: Reprodução/TV TEM
Apesar disso, as investigações continuam, e Roberto Franceschetti Filho é réu no processo de homicídio e ocultação de cadáver. A primeira audiência sobre o homicídio está marcada para o dia 16 de janeiro.
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