Por Joana Caldas, g1 SC


Mar e prédios na Praia Central de Balneário Camboriú — Foto: Element Films/Divulgação

Balneário Camboriú , no Litoral Norte catarinense, tem o metro quadrado mais caro na média de venda de imóveis residenciais em uma pesquisa com 50 cidades brasileiras, oÍndice FipeZap. O preço médio é de R$ 9.888 o metro quadrado. A cidade catarinense ultrapassou São Paulo, que ficou em segundo lugar na lista.

O índice é feito em uma parceria entre a Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas (Fipe) e a empresa ZAP+. Ele acompanha a variação do preço médio de apartamentos prontos em 50 cidades brasileiras, com base em anúncios veiculados na Internet.

A pesquisa mais recente é referente ao mês de março e foi divulgada em 5 de abril pela Fipe. Em fevereiro, São Paulo era a cidade com o metro quadrado mais caro entre as 50 pesquisadas.

Recentemente, o projeto de um prédio de 509 metros recebeu um parecer favorável da Comissão Técnica de Análise Estudo de Impacto de Vizinhança em Balneário Camboriú.

Imagem de projeto de prédio de 509 metros em Balneário Camboriú — Foto: Van Gogh Imobiliária/Divulgação

Resultados de março

No município do Litoral Norte catarinense, a variação no mês de março no preço de venda de imóveis residenciais foi um aumento de 1,50%. Em fevereiro, já havia tido crescimento, de 1,54%, segundo a pesquisa.

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A variação de 2022 é de 5,16%. Já em 12 meses, a alta foi de 24,93%, também conforme a pesquisa. Esse último número é quatro vezes maior do que a variação média nacional. Levando em conta as 50 cidades, o aumento em 12 meses foi de 6,10% no país.

Influência do alargamento

O professor de gestão financeira da Universidade do Vale do Itajaí (Univali) Crisanto Soares Ribeiro afirmou que o aumento da faixa de areia da Praia Central tem relação com a alta nos preços.

"Esse incremento que a gente percebeu se deu muito pela obra de alargamento. Esse foi um fator que traz possibilidade de melhor infraestrutura turística", resumiu.

Ele chamou a atenção que a variação de 12 meses do preço do metro quadrado em Balneário Camboriú subiu mais do que a inflação. Segundo a pesquisa da FipeZap, no mesmo período o aumento no Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) foi de 10,69% e o do Índice Geral de Preços - Mercado (IGP-M), muito usado para balizar os preços imobiliários, de 14,77%.

Ele comentou também a influência do uso de imóveis como investimento.

"Vale lembrar que, no ano passado, havia um cenário de queda de taxa de juros. Se nós analisarmos, na questão de investimento, muitas pessoas se voltaram em investimentos em imóveis em função da queda dos rendimentos das taxas tradicionais", acrescentou o professor.

"Uma poupança está rendendo 6,17% ao ano. Se eu comprasse um imóvel em Balneário Camboriú e vendesse depois do mesmo período, o meu rendimento seria quatro vezes superior ao rendimento da poupança", exemplificou.

"Balneário [Camboriú] tem essa característica, pessoas que buscam como segunda residência e fonte de investimento. Usam plataformas [de aluguel] como o Airbnb para potencializar investimento, assim o imóvel não fica parado, principalmente na alta temporada", completou o professor.

Obra de alargamento

A megaobra de alargamento da Praia Central terminou em dezembro de 2021. Com isso, toda a orla passou a ficar disponível aos banhistas.

Imagem de drone mostra Praia Central, em Balneário Camboriú, após alargamento

Imagem de drone mostra Praia Central, em Balneário Camboriú, após alargamento

A largura da faixa de areia passou de uma média de 25 para 70 metros. Os trabalhos começaram em março de 2021, com a chegada de tubos usados juntos com a draga.

A embarcação pegava areia de uma jazida e, por meio da estrutura feita com os tubos, levava o material até a orla da praia.

VÍDEOS: Alargamento da faixa de areia em Balneário Camboriú

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