Morador de SC ganha prêmio internacional com invenção que retira microplásticos da água
Um estudante de Itajaí, no Vale, ganhou um prêmio internacional com uma invenção de um filtro que retira microplásticos da água. Gabriel Fernandes Mello Ferreira de 17 anos é o primeiro brasileiro a ganhar o Prêmio Jovem da Água de Estocolmo, que reconhece iniciativas que melhorem a qualidade da água. A criação ainda vai ser patenteada e isso deve impulsionar os planos do garoto para o futuro.
O jovem concorreu com 32 estudantes de todo o mundo. A votação popular, com 26 mil votos, deu ao estudante a vitória pela inovação.
O Serviço Municipal de água e saneamento de Itajaí (Semasa) vai instalar o filtro criado pelo estudante nos próximos dias em um estação de tratamento.
"Meu plano é entrar na incubadora de uma universidade para criar uma empresa. E criar um filtro para várias cidades. Com Itajaí sendo pioneira, outras cidades vão querer também e a gente vai poder levar esse filtro muito longe", planeja Gabriel.
Estudante catarinense é o primeiro brasileiro a ganhar o prêmio internacional — Foto: NSC TV/Reprodução
O resultado da premiação foi visto em conjunto com os amigos de turma do jovem. A professora do jovem Fernanda Poleza, comemora inciativa.
"Podemos sair um pouco do Tik tok, Instagram e fazer coisas boas pelo mundo. É um exemplo e com certeza esses jovens que viram o Gabriel agora, vão sentir despertar alguma coisinha, uma sementinha foi plantada neles também", afirma a professora.
Colegas do jovem acompanharam a premiação — Foto: NSC TV/Reprodução
Microplásticos e a ideia
A preocupação com os microplásticos surgiu quando Rafael decidiu que iria fazer algo pelo meio ambiente. Durante a pesquisa, ele afirma que se deparou com dados assustadores.
"A pesquisa que mais me chamou atenção é a que falou que em uma semana a gente ingere a mesma quantidade de plástico que um cartão de crédito. Em um mês, um bloquinho de Lego. Em um ano, um capacete. Então é muita coisa. A gente ingere muito microplástico", relembra.
Gabriel Fernandes Mello Ferreira — Foto: NSC TV/Reprodução
O plástico fica em um formato muito pequeno depois que garrafas ou outros objetos ficam muito tempo expostos no meio ambiente.
A ação do sol e do vento vai quebrando o material em várias partes e ao longo dos anos uma garrafa, por exemplo, pode se transformar em milhares de micropartículas.Elas chegam até os seres humanos por meio do consumo de peixes e derivados.
Expostos ao meio ambiente, o plástico pode afetar a saúde humana — Foto: NSC TV/Reprodução
"Eles se alojam nos tecidos, fazem a disfunção de metabolismos. Então você vê alterações nas enzimas.Tem estudos que detectaram o microplástico em placentas humanas esse é um dos mais graves e outros estudos que detectaram o microplástico no sangue", explica a professora de Gabriel.
Uso da ideia na vida cotidiana
Para ajudar a mitigar esse problema, o estudante trabalhou em um filtro que retirasse esse material da água.
"A água vai entrar e aqui tem um elemento filtrante que vai reter os microplásticos e permitir que a água passe. Então é um funcionamento bem simples na verdade, o funcionamento é bem simples pra um problema muito complexo", explica.
Filtro recolhe microplásticos da água — Foto: NSC TV/Reprodução
A prefeitura de Itajaí vai utilizar o filtro em uma das estações de tratamento da cidade.
"Todo o material sólido que é retido numa estação de tratamento de água ele vira o que a gente chama de lodo. Então reter esses materiais plásticos já no início do processo permite que a gente não tenha esse microplástico depois no lodo. E ele também vai permitir que a gente consiga mensurar a quantidade de microplástico que efetivamente está entrando na estação de tratamento de água", conclui o diretor de Saneamento Semasa, Victo Silvestre.
Estação de tratamento de água de Itajaí vai utilizar solução proposta pelo estudante — Foto: NSC TV/Reprodução
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