Vídeo explica 'coreografia' da baleia-jubarte em SC
Mais uma baleia-jubarte foi flagrada no Litoral catarinense enquanto dava saltos no mar. Desta vez, o registro foi em São Francisco do Sul, no Norte catarinense. As imagens gravadas na quarta (30) e divulgadas na sexta-feira (2) mostram o momento em que ela mergulha, salta e bate as nadadeiras próximo a uma embarcação.
Especialistas do Projeto de Monitoramento de Praias, que na região é coordenado pela Univille para vistoriar as praias e auxiliar animais marinhos, em contato com a equipe do projeto Baleia Jubarte, detalharam os movimentos da baleia e as principais características de comunicação (veja no vídeo acima e mais abaixo).
A filmagem foi feito próximo à Ilha de Mandijituba, no Arquipélago das Graças em São Francisco do Sul por um morador da região que acionou o Projeto de Monitoramento de Praias.
Entenda os movimentos
Baleia-jubarte durante salto no Litoral Norte de SC — Foto: Andre MCB/Reprodução Projeto de Monitoramento de Praias Univille
Segundo a equipe, quando ela se expõe e bate a nadadeira peitoral é um movimento de convite, "geralmente feito pela fêmea do grupo e sugere corte, para chamar a atenção".
Já a batida da cauda, é algo mais agressivo, "até intimidador. A realização desses comportamentos ativos serve para o desenvolvimento da musculatura, da habilidade motora e da coordenação". Quando são filhotes fazendo este movimento, pode ser para brincadeira.
Já os saltos, que podem ser de até dois terços do corpo para fora d'água, teria mais de um significado de comunicação, além de eliminar parasitas e até cracas do corpo.
"Exibicionismo, no caso de machos apresentando-se para fêmeas; intimidação entre machos; o som do impacto do corpo da baleia na água, como forma de estratégia de comunicação", informou o Projeto de Monitoramento de Praias.
Outras aparições de baleias-jubarte em SC
Na semana passada, um grupo de cinco baleias-jubarte também foram avistadas nadando juntas em Florianópolis. Um filhote também precisou de auxílio no Norte do estado, após se prender em uma rede de pesca irregular.
Cinco baleias são vistas nadando juntas em Florianópolis
Com o aumento populacional, as baleias-jubarte estão aparecendo com mais frequência no litoral brasileiro. Outra fator que pode estar contribuindo é o aumento da temperatura da água em até 1,3°C , segundo a Epagri/Ciram. Este aumento foi notado já em abril, mas se manteve pelo menos até a segunda semana de junho.
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Em Santa Catarina além das baleias-jubartes, as francas também foram avistadas em junho.
Baleias-jubarte
Pesquisadores afirmam que há cinco anos não morriam tantas baleias-jubarte no litoral brasileiro. Para os especialistas, o aumento populacional dos animais e as redes de pesca ilegais presentes no mar estão tornando ocorrências como estas cada vez mais comuns.
Animais desta espécie podem chegar a 16 metros de comprimento e pesar entre 35 e 40 toneladas. Eles se alimentam de pequenos peixes e crustáceos.
Esses animais migram para o litoral do Brasil para se reproduzir e utilizam principalmente área de concentração no Banco dos Abrolhos na Bahia.
Ao avistar uma baleia nadando é importante que as embarcações sigam a legislação e mantenham uma distância mínima de 100 metros do animal, evitando interromper o deslocamento das baleias.
Orientações para observar baleias
A portaria 117/96 do Instituto do Meio Ambiente (Ibama) define regras relativas à prevenção do molestamento de cetáceos encontrados em áreas brasileiras (veja algumas regras):
- Respeite as distâncias de aproximação embarcada (desligar ou colocar os motores em neutro a 100m);
- nunca avance bruscamente na direção das baleias;
- não se aproxime por detrás das baleias, nem intercepte o seu curso, mantenha-se afastado em posição lateral;
- não separe grupos de baleias ou mães de filhotes;
- nunca religue os motores sem avistar claramente os animais na superfície;
- não faça ruídos desnecessários, nem jogue qualquer objeto na água;
- não permaneça junto às baleias por mais de 30 minutos.
O que posso fazer se encontrar um animal marinho morto ou debilitado?
- Caso encontre um mamífero, ave ou tartaruga marinha debilitada ou morta na praia, ligue 0800 642 3341;
- mantenha distância e ajude a isolar a área;
- evite contato desses mamíferos ou outros animais silvestres com bichos de estimação, pois eles podem transmitir doença entre si. Os cachorros também podem atacar o animal.
- evite tirar fotos com o uso de flash, nem forneça alimentos ou force o animal a entrar na água.
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