Polícia Civil cumpre mandados em Flrorianópolis — Foto: Polícia Civil/Divulgação
A Polícia Civil cumpriu quatro de busca e apreensão e três de prisão temporária em Florianópolis e outro de prisão em Palhoça, na manhã desta quarta-feira (2). As ações fazem parte da "Operação Curto Circuito 2", da Diretoria Estadual de Investigações Criminais (Deic), que apura fraudes em ligações de energia elétrica.
Foram presos temporariamente um servidor das Centrais Elétricas de Santa Catarina (Celesc), que trabalhava em Palhoça, na Grande Florianópolis, e três eletricistas, que atuavam como despachantes, conhecidos no Norte da Ilha. Também foram apreendidos contratos de compra e venda de imóveis irregulares, recibos de depósito em conta bancária, e carnês de Imposto Predial e Territorial Urbano (IPTU).
Em nota, a Celesc disse que acompanhará as investigações e prestará todas as informações que forem necessárias para o esclarecimento do caso e as providências devidas.
Os presos estão foram levados para a sede da Deic, em São José, para interrogatório. Eles devem responder pela falsificação de documentos e por corrupção passiva e ativa.
A investigação segue para identificar outros envolvidos. A Polícia Civil também vai apurar se os consumidores que compraram os documentos falsos sabiam do esquema.
Deic cumpre mandados de prisão e busca e apreensão em Florianópolis
Esquema
De acordo com a delegada Beatriz Ribas, que está a frente das investigações, os eletricistas captavam clientes que desejavam realizar a ligação de energia em construções irregulares. Eles falsificavam alvarás de licenças e cobravam entre R$ 1 mil e R$ 2 mil por cada unidade consumidora. A Polícia Civil não tem informação sobre o montante arrecado por eles.
"Os clientes são pessoas com imóveis irregulares que não conseguiriam a ligação por meio normais, justamente porque eram imóveis sem alvará e autorização de construção. Através dos despachantes, eles entregavam a documentação básica. Os despachantes faziam parte da documentação falsa e com esse documento, procuravam um contato na Celesc", explicou a delegada.
Sem procurações para representar terceiros, os eletricistas apresentavam os alvarás falsos para o funcionário da Celesc, que inseria as informações no sistema, solicitando a ligação de energia elétrica. Ele recebia parte do dinheiro cobrado para a falsificação dos documentos. A Polícia não soube informar quanto.
"É um servidor antigo. Já havia uma uma outra situação envolvendo ele, que foi readaptado dentro da instituição e usava a senha de uma outra servidora. Ele já tinha tido o acesso dele cortado para fazer esse tipo de serviço, mas com a senha da servidora continuava fazendo as ligações através da Celesc", disse a delegada. A princípio a servidora não é investigada como participante nas fraudes.
Ligações irregulares
A Polícia Civil estima que foram feitas aproximadamente 5 mil ligações irregulares só no Norte da Ilha. As fraudes estariam ocorrendo há cerca de um ano e foram descobertas durante uma auditoria feita pela Celesc.
Em julho desta ano, 74 famílias do bairro Ingleses, Norte da Ilha de Santa Catarina, tiveram a energia cortada de suas casas por determinação da Justiça, que entendeu que elas estão em situação irregular. O trabalho foi feito pelas Centrais Elétricas de Santa Catarina (Celesc).
A decisão veio a pedido do Ministério Público de Santa Catarina (MPSC), que em 2016 instaurou inquérito para apurar a situação na região e um laudo técnico concluiu que se trata de uma área de preservação permanente que estava causando prejuízos à vegetação.
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