Você já ouviu falar em lifelong learning? O termo, que surgiu na Europa, em 1970, e começou a ganhar força a partir da década de 1990, pode ser traduzido como "educação continuada" ou "aprendizado ao longo da vida”. O principal objetivo do conceito é transformar a ideia de que o aprendizado termina quando o estudante sai da escola ou recebe um diploma, e mantê-lo, como profissional, sempre atualizado.
Ao enxergar os estudos como um estilo de vida, o processo mais comum - ou talvez mais tradicional - para o desenvolvimento profissional de um jovem, que começa saindo da escola, passando para o ensino superior, pós-graduação, MBA e até mesmo uma especialização (mestrado e doutorado), acaba sendo modificado e abre um leque ainda mais amplo de oportunidades para desenvolver outras habilidades, comportamentos ou competências que podem ser usadas no dia a dia.
Benefícios do lifelong learning
O principal benefício de uma pessoa ser adepta ao lifelong learning é ter a liberdade de construir o seu aprendizado de forma voluntária – sem pressão ou se sentir sem ter a obrigação -, e com base no que lhe interessa, para obter o seu conhecimento de forma mais proativa e permanente, somando ao reconhecimento de um plano de carreira de sucesso.
Além disso, é preciso levar em consideração a atual e intensa competição no mercado de trabalho, uma vez que empresas acabam apostando e oferecendo oportunidades para profissionais atualizados, com mais habilidades e flexíveis, ou seja, com maior capacidade de adaptação. Como consequência, a faixa salarial também acaba sendo maior.
Ainda no campo empresarial, é válido ressaltar que o método de estar sempre se atualizando e aprendendo coisas novas resulta em criatividade, uma habilidade fundamental em qualquer profissão. E outro benefício é a preparação para lidar com as mudanças, sejam elas na decisão de recomeço e troca de área profissional ou também na própria área dentro do mercado de trabalho.
E, por último, mas não menos importante, estão as vantagens na vida pessoal, como a facilidade de se adaptar ao novo em qualquer assuntou ou tema da vida e, junto, o sentimento de orgulho e satisfação ao desenvolver suas competências e se valorizar ao entender que não é necessário depender apenas de um professor ou uma universidade, por exemplo, para obter o conhecimento desejado. A ideia de uma automotivação é justamente essa: ter a consciência de que cada um é o protagonista de sua própria trajetória e é possível, sim, buscar o aprendizado de maneira livre e independente, de acordo com as necessidades de cada indivíduo. A realização pessoal é apenas uma consequência dos esforços.
"O conceito de educação ao longo de toda a vida é a chave que abre portas do século XXI; ele elimina a distinção tradicional entre educação formal inicial e educação permanente", afirma Jacque Delores, no relatório "Educação: um tesouro a descobrir", da UNESCO.
A importância no ambiente corporativo
Além da área da educação, o conceito também é adotado no ambiente corporativo como uma estratégia de formação profissional, que valoriza o processo de aprendizagem entre os colaboradores. Afinal, muitas empresas optam por funcionários que apresentam o domínio em mais de uma função e que, além de estarem dispostos a aprender mais, também agreguem no sentido de compartilhar conhecimento com seus colegas.
A combinação destes fatores traz uma confiança maior na relação com o trabalhador e em seu desenvolvimento dentro da empresa, gerando tranquilidade e visão mais precisa e segura do futuro dentro do ambiente corporativo.
De acordo com o relatório Future of Jobs 2020 – na tradução, Futuro dos Empregos -, divulgado pelo Fórum Econômico Mundial, em média, as empresas estimam que cerca de 40% dos trabalhadores precisarão de requalificação em seis meses ou menos. E 94% dos líderes de negócios entrevistados relataram que esperam que os funcionários adquiram novas habilidades no trabalho até 2025 – um aumento de 65% em relação a 2018. Os dados provam a necessidade de desenvolver novas competências para lidar com a complexidade empresarial que vem se apresentando.
Como aplicar o método na prática
Muito além da conclusão de um curso, o lifelong learning é uma jornada em direção a excelência do conhecimento contínuo de novas habilidades. As vantagens são inúmeras, basta a única decisão de embarcar. Então agora que você já sabe o que o método significa, aí vão algumas dicas para aplicá-lo na prática:
- Reflita sobre os seus interesses e objetivos de vida, tanto na carreira profissional como na realização pessoal. O mais importante neste primeiro passo é entender que ser adepto ao conceito é uma escolha, e não deve ser visto como uma obrigação. É a vontade de aprender que o trará bons resultados;
- Entenda que a ideia é tratar o lifelong learning como um estilo de vida, que seguirá sem data de término para alcançar um único objetivo, mas que o acompanhará durante toda a sua jornada;
- Monte um planejamento do que deseja aprender com as áreas que mais o interessam, cursos, leituras etc.;
- Esteja sempre atualizado nas tendências do mercado de trabalho, acompanhando os principais veículos de comunicação da sua área e seguindo profissionais que são referências no mercado nas redes sociais;
- Comemore cada uma de suas conquistas! Isso ajuda a manter a motivação, além de ter uma visão mais ampla da sua evolução nos estudos.