Pesquisa do instituto Datafolha divulgada nesta sexta-feira (3) pelo jornal "Folha de S. Paulo" aponta que a parcela da população que diz concordar com a total restrição da interrupção da gravidez no país representa um índice de 32%. Em 2018, esse percentual era de 41%.
E o número de pessoas que concordam com a afirmação de que a lei deve continuar como está aumentou: 4 anos atrás, eram 34% que afirmavam isso, hoje, 39%, ou cerca de 4 em cada 10 brasileiros que consideram isso.
Atualmente, o aborto é criminalizado no país, com exceção dos casos de estupro, risco para mãe e anencefalia do feto.
No novo levantamento, o Datafolha ouviu 2.556 pessoas em 181 municípios do país entre os dias 25 e 26 de maio deste ano. A margem de erro da pesquisa é de dois pontos percentuais, para mais ou para menos.
Ainda de acordo com a pesquisa, a parcela da população que acredita que o aborto deve ser permitido em mais situações passou de 16% em dezembro de 2018 para 18% agora em maio de 2022.
Já o índice daqueles que afirmam que aborto deve ser permitido em qualquer situação também oscilou 2 pontos percentuais nesse período, passando de 6% em 2018 para 8% atualmente.
Entre aqueles que não sabem, o índice foi de 2% nas duas pesquisas.
O Datafolha também divulgou dados da nova pesquisa por faixa etária e gênero.
Entre os mais jovens, a taxa da população que defende a interrupção em mais situações é maior. 15% daqueles que têm entre 16 e 24 anos, por exemplo, afirmam que o aborto deve ser permitido em qualquer situação. Já entre aqueles que têm 60 anos ou mais esse índice é de 38%.
Os números não oscilaram muito quando a opinião do público masculino e feminino sobre o tema é comparada: 31% dos homens e 33% das mulheres afirmam que o aborto deve ser proibido em qualquer caso. Já a parcela da população que afirma que o aborto deve ser permitido em qualquer situação representa 9% das mulheres e 7% dos homens.
19% dos homens e 18% das mulheres também dizem que o aborto deve ser permitido em mais situações. O índice só é mais divergente entre aqueles que concordam que a lei deve continuar como está: 41% dos homens e 37% das mulheres.
A pesquisa também aponta que entre aqueles que apoiam o presidente Jair Bolsonaro, 35% afirmam que a interrupção da gravidez deveria ser totalmente proibida, taxa parecida entre os eleitores do ex-presidente Lula: 33%.