A Etec Abdias Nascimento, em Paraisópolis, na Zona Sul de São Paulo, que estava ocupada por alunos foi liberada na noite desta terça-feira (17). Segundo o Centro Paula Souza, essa era a última Etec que continuava ocupada. Os estudantes protestavam por melhorias no recebimento da merenda nas escolas técnicas.
Os próprios alunos decidiram sair da unidade Paraisópolis. A direção das escolas que ficaram ocupadas estão discutindo como vão repor as aulas perdidas. Na página da ocupação no Facebook, os estudantes disseram que a luz chegou a ser cortada na segunda-feira (16).
Desocupações
Onze Etecs que estavam ocupadas por estudantes na semana passada tiveram aula normalmente nesta segunda-feira (16).
Na escola Basilides de Godoy, na Vila Leopoldina, na Zona Oeste, as aulas ocorreram normalmente. Os próprios alunos fizeram um mutirão de limpeza na instituição, que ficou ocupada por 10 dias. Em outras escolas, os alunos foram tirados à força pela Polícia Militar, mesmo sem decisão judicial.
A desocupação da escola ocorreu de quinta para sexta-feira, quando pais e alunos que não concordavam com a ocupação expulsaram o grupo que estava no local. Os alunos que ocupavam a escola protestavam contra o desvio de verba para a compra de merenda.
A direção das Etecs que estavam ocupadas estão definindo como será a reposição das aulas perdidas por causa das ocupações. Segundo o Centro Paula Souza, a reposição pode ocorrer com a extensão do horário durante a semana ou utilizando o período do recesso escolar, em julho.
Sem decisão judicial
A Procuradoria Geral do Estado orientou as secretarias do governo Geraldo Alckmin (PSDB) a desocupar os prédios públicos do estado sem decisão judicial.
O parecer do procurador geral do estado, Elival Ramos, foi dado após consulta do ex-secretário da segurança Alexandre de Moraes, baseado no conceito de autotutela, em que o estado é responsável pelos seus bens. Na quinta-feira (12), Moraes foi empossado como novo ministro da Justiça pelo presidente em exercício Michel Temer.