O vice-diretor do campus Leste da Universidade de São Paulo (USP), Edson Leite, divulgou comunicado nesta quarta-feira (8), no site da instituição, em que afirma que o espaço estará interditado a partir desta quinta-feira (9). A interdição estava prevista em uma decisão judicial de novembro de 2013, que deu um prazo para a USP resolver um problema de contaminação no solo. A instituição diz ainda que atua para derrubar a decisão.
As aulas de reposição ocorrerão em outras unidades da USP, a partir desta segunda-feira (13). Em 21 de novembro, o Tribunal de Justiça do de São Paulo (TJ-SP) concedeu uma liminar determinando que a USP suspendesse as atividades docentes e de apoio administrativo e funcional no campus dentro de 30 dias até que fosse resolvido o problema.
A área em que foi erguida a USP Leste funcionava anteriormente como um aterro de lixo orgânico. Com o tempo, o material se decompõe e começa a emitir gás metano, que é tóxico e explosivo. Alunos, professores e funcionários chegaram a fazer uma greve contra a contaminação do solo. A paralisação durou 50 dias e foi encerrada no dia 29 de outubro.
A liminar foi concedida em ação civil pública proposta pelo Ministério Público Estadual que apura danos ambientais causados pelo depósito de elementos contaminados por obra de drenagem do Rio Tietê, e que representariam risco à integridade física dos alunos e funcionários.
"Há inclusive risco de explosão, pela existência de gás metano no subsolo. Tal situação encontra-se retratada em fundamentado laudo pericial. No entanto, mesmo ciente de tal situação, e instada, tanto pelo Ministério Público, quanto pela Cetesb com sucessivos prazos para ajustamento, até a presente data, não houve qualquer providência efetiva, por parte da requerida, a fim de evitar ou minorar os aludidos danos e riscos", disse a juíza na sentença.
"Determino que a liminar seja cumprida dentro de 30 dias. Findo este período, deverão ser imediatamente suspensas as atividades docentes e de apoio administrativo e funcional, desenvolvidas no local, até que a ré (USP) adote as providências", complementou.
Segundo o comunicado divulgado nesta quarta, novos relatórios técnicos sobre as questões ambientais e as ações já executadas estão servindo de base para o pedido de reconsideração da interdição.
Um grupo de funcionários da USP Leste trabalhará fora para atender às diversas necessidades campus, mas, segundo o comunicado, ainda não há ramal definido para atendimento. Esse grupo poderá ser redimensionado conforme as necessidades de serviço. Os funcionários que não estiverem trabalhando poderão receber solicitações visando ao atendimento de demandas do campus por telefone ou mensagem eletrônica.
Pombos
Paralelamente aos problemas provocados pela interdição, o retorno às aulas na unidade, marcado para esta semana, já havia sido adiado até que fosse concluída a desinfestação de ácaros de pombos. A administração antecipou o término das aulas do dia 20 de dezembro para o dia 16 por causa da contaminação. De acordo com a assessoria de imprensa da universidade, ainda é preciso fazer a desinfecção dos ácaros de pombos de cerca de 20% do prédio I – 1, que abriga o maior número de curso do campus.