A retomada das atividades na unidade Leste da Universidade de São Paulo, em Ermelino Matarazzo, foi adiada para segunda-feira (13) para que seja concluída a desinfestação de ácaros de pombos.
Durante o recesso, a limpeza dos reservatórios da unidade foi feita. Segundo a Superintendência do Espaço Físico da universidade, “os bebedouros necessitavam de manutenção nos filtros” e os reservatórios precisavam de limpeza "para assegurar a qualidade da água servida aos usuários”.
A administração que chegou a antecipar o término das aulas do dia 20 de dezembro para segunda-feira (16) previa, inicialmente, que as aulas seriam retomadas nesta segunda-feira (6). De acordo com a assessoria de imprensa da universidade, ainda é preciso fazer a desinfecção dos ácaros de pombos de cerca de 20% do prédio I – 1, que abriga o maior número de curso do campus.
Durante o recesso, uma empresa especializada fez uma análise nas instalações e observou a presença de ácaros - organismos visíveis apenas por um microscópio que podem provocar doenças.
Os ácaros, assim como fungos e bactérias, ficam nas fezes dos pombos, que provocam doenças como a criptocose, que pode dar meningite; a histoplasmose, que pode dar doenças pulmonares; a salmonelose, que pode dar distúrbios gastrointestinais; além de dermatites e alergias.
Contaminação
Na sexta-feira (13), a Companhia de Saneamento Básico de São Paulo (Sabesp) analisou a água e encontrou turbidez e presença indevida de bactérias. O G1 questionou a USP sobre o laudo e a possível presença de bactérias na água, mas a USP omitiu o total conteúdo do teste.
A Sabesp, que assim como a USP é órgão do governo do estado de São Paulo, tampouco divulgou o conteúdo da análise e afirmou que isso seria responsabilidade da universidade.
A superintendência do espaço físico informou ainda que não há registro de casos de pessoas que tenham passado mal em razão de água imprópria. Entretanto, o estudante Jairo Oliveira de Lima, de 23 anos, que cursa o 2º ano de Gestão de Políticas Públicas passsou mal na última terça-feira (10), um dia antes do anúncio oficial da universidade sobre a manutenção dos filtros.
"Bebi quase um litro de água dos bebedouros da universidade e comecei a passar mal horas depois. Os exames apontaram uma intoxicação", contou Lima, que sofreu com febre, dores abdominais, fraqueza, tontura e dor de cabeça.