(Foto: Reprodução/YouTube)
A ex-mulher do empresário Alexander Augusto de Almeida, de 39 anos, que ficou conhecido como "rei do camarote" das baladas de São Paulo, criticou, em entrevista ao G1, a violência contra as mulheres. Em 2011, a mulher registrou boletim de ocorrência de violência doméstica, lesão corporal, injúria e ameaça contra o então marido, quando morava com ele na capital paulista.
“Bater em mulher não agrega valor ao camarote”, disse ela parafraseando o bordão criado a partir de frase do ex-companheiro em entrevista à revista "Veja São Paulo".
Os dois ficaram juntos por mais de três anos e ela contou ao G1 que desistiu de processar o ex-marido na Justiça pela acusação de agressão e de pedir pensão após a separação, para ser feliz no exterior.
Alexander ganhou fama depois de aparecer na capa da revista “Veja São Paulo” com uma taça de champanhe na mão e a afirmação de que gasta até R$ 50 mil por noitada. Um vídeo no YouTube em que o empresário elenca os dez "mandamentos" de como se dar bem no camarote das casas noturnas teve mais de 5,5 milhões de visualizações até esta quarta-feira (13).
Ex-mulher de Alexander, a empresária de 32 anos falou à equipe de reportagem sob a condição de que seu nome, imagem, cidade e país onde afirmou estar atualmente não fossem divulgados.
“Não representei contra ele à época porque eu tinha duas opções: ou ficava aí para processá-lo ou tentava recomeçar uma vida nova longe dele”, disse a empresária ao comentar a matéria publicada na terça-feira (12) pelo G1 sobre a agressão.
Alexander chegou a ser indiciado pelos crimes, ou seja, apontado formalmente como suspeito. Mas a mulher desistiu de representar contra ele. Sem a queixa-crime não houve a instauração de inquérito policial. O empresário não foi investigado e o caso foi arquivado sem possibilidade de processo ou eventual julgamento dele na Justiça.
“Eu poderia ter entrado na Justiça para pedir pensão porque deixei de trabalhar para me dedicar a ele, mas decidi ser feliz”, alegou ela, que disse ter largado o emprego numa instituição financeira no interior do estado para se tornar dona de casa na capital. Naquela ocasião, o casal morava junto em um apartamento na Zona Leste, onde mantinha "união estável", sem filhos.
“Depois dessa agressão fui para a casa da minha mãe. Conversei com ele mais tarde, reatamos novamente até que, após mais uma briga, decidi ir embora do país”, disse ela, que namora outro homem atualmente.
Paixão pelo 'Rei do camarote'
A empresária contou ao G1 que era apaixonada por Alexander. “No começo, Alexander era gentil, mas depois se tornou ciumento, violento e bipolar. Vim fugida para cá”, disse ela sobre ter deixado o Brasil. “Eu vim para cá, no exterior, tomando remédio contra depressão”.
A ex-mulher afirmou ainda que acompanhou na imprensa a repercussão em torno de Alexander, retratado como "rei do camarote", e lembrou do tempo em que viveram juntos. “Eu não entendia as atitudes dele de querer ser o melhor em tudo: o melhor carro e a melhor mulher. Ele me cobrava muito”, disse ela. “Eu me pergunto por que aguentei e não sei explicar. Eu não me perdoo por ter permitido isso”.
Disposta a superar em outro país a "decepção amorosa" que teve com Alexander, a empresária postou recentemente na sua página pessoal na internet a seguinte mensagem: “agregando alegria na minha vida!!”
Alexander foi procurado
Desde sexta-feira (8) o G1 tenta falar com Alexander. Deixou recados em seu telefone celular e no da sua empresa, mas ele não retornou as ligações. A equipe de reportagem também tenta falar com seus advogados, sem sucesso.
A equipe de reportagem apurou que o empresário é proprietário da Organização e Assessoria em Despachos 3A Ltda., registrada em 4 de abril de 2010 na Junta Comercial de São Paulo. A empresa realiza serviços relativos a documentação de veículos.
Após a repercussão das declarações que deu à revista, Alexander apagou páginas que mantinha nas redes sociais e não concedeu mais entrevistas. A veracidade da reportagem foi contestada por internautas, que suspeitaram que a história fosse uma ação publicitária. Em resposta, a "Veja São Paulo" publicou em seu site um texto em que reafirmou as informações publicadas na revista.
Registro de agressões
Antes de "bombar" na internet como "rei do camarote", Alexander já era conhecido da polícia. Além da então mulher, que registrou boletim de ocorrência por agressão contra o empresário, a filha dele adolescente tinha feito o mesmo em 2008. Os dois casos foram comunicados à 5ª Delegacia de Defesa da Mulher, na Zona Leste da capital paulista. Mas assim como a ex-mulher do empresário, a filha dele desistiu de representar uma queixa-crime contra o pai e por esse motivo o caso da estudante também foi arquivado
A primeira acusação de agressão contra Alexander é de 3 de novembro de 2008. Ele foi apontado como agressor da filha de 15 anos que tem com a ex-mulher, uma dona de casa de 33 anos à época. A estudante alegou que o pai “desferiu-lhe diversos tapas, acertando-lhe o rosto, olho direito e braços, além de ter xingado a vítima”. Informou ainda que só escapou depois que seu tio, que trabalha no local, destravou a porta e “tirou a declarante das mãos do indiciado”. No documento consta que ela ficou com “lesões corporais aparentes”.
Em 11 de novembro de 2011, Alexander foi denunciado pela segunda vez por agressão. Naquela oportunidade, a acusação foi de bater na então mulher. Na época, a suposta vítima tinha 30 anos relatou no boletim de ocorrência que Alexander, “desde o início da convivência, demonstrou índole agressiva e ciúme obsessivo”, e que a agrediu “diversas vezes anteriores (...) a ponto de estourar-lhe um tímpano”. Contou ainda que ficou “fragilizada psicologicamente” porque ele a ameaçava e a xingava. Ela disse também que ele a obrigou “a assinar procurações, a fim de atender a seus interesses particulares”.