Procura por medição individualizada de água cresce 40% em prédios de SP
A Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo (Sabesp) registrou aumento de 40% na procurar por medição individualizada no consumo de água em prédios na Região Metropolitana de São Paulo no primeiro semestre deste ano, na comparação com o mesmo período do ano passado. Em 2015, 678 condomínios de cidades da Grande São Paulo atendidas pela companhia fizeram a alteração.
A chamada "individualização" dos hidrômetros e da conta de água nos apartamentos promove o uso racional, gestão de gastos e justiça na hora de pagar a fatura, segundo a companhia, já que cada morador sabe exatamente o quanto está gastando, assim como consumo de energia elétrica.
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Antes de começar a obra, no entanto, é preciso avaliar estrutura do edifício, ver se o projeto inicial já previu a adaptação, consultar o histórico da empresa que será contratada para o serviço e aprová-lo em assembleia.
Nos prédios mais novos, o processo todo leva em torno de cinco meses e custa em média R$ 700 por apartamento. Nos condomínios mais antigos, o tempo aumenta para um ano e o custo pode chegar a R$ 3 mil. Dá trabalho, mas o investimento compensa: a água representa 15% dos gastos de condomínios.
Em um prédio no bairro da Saúde, na capital paulista, com 44 apartamentos, a individualização dos medidores fez a conta de água baixar de R$ 15 mil para R$ 3 mil. Isso porque o consumo médio por mês baixou de 1,6 milhão de litros para 700 mil litros por mês, segundo informou o SPTV (assista no vídeo abaixo outro exemplo).
Como fazer a individualização
A cidade de São Paulo não possui uma lei que obrigue as construtoras a projetarem os edifícios com instalações prontas para a individualização, segundo a Prefeitura. Os prédios mais modernos costumam ser entregues com a estrutura pronta, mas sem os hidrômetros separados por apartamento, apenas o geral do condomínio.
Há basicamente duas formas de fazer a individualização nesses casos: contratando uma empresa com tecnologia homologada pela Sabesp ou outras sem o "selo", mas reconhecidas no mercado. Das duas formas, dá para acompanhar o consumo mensalmente e descobrir se há desperdício e vazamentos.
A Sabesp não faz o serviço de adaptação e colocação de hidrômetros individuais em cada apartamento. Entretanto, se a terceirizada tem tecnologia homologada pela Sabesp, a conta de cada mês pode ser emitida pela própria Sabesp e enviada separadamente para cada apartamento. Isso impede que o condomínio assuma o débito de um cliente inadimplente.
Seis empresas estão certificadas pela companhia e cada uma delas deve apresentar a sua tecnologia adotada e fazer um orçamento. Somente após a auditoria do Programa ProAcqua e aprovação da Sabesp é que a obra poderá ser executada. Para garantir a qualidade do serviços prestados, a companhia ainda estabelece que a empresa certificada emita o Atestado de Responsabilidade Técnica, exigido pelo Conselho Regional de Engenharia e Arquitetura (CREA).
No outro caso, a empresa terceirizada vai ficar responsável por todo processo: instala os medidores, faz a leitura do relógio de cada unidade por telemetria e informa ao condomínio os dados para cobrança. Nessa situação, a conta do prédio segue sendo única, mas o síndico poderá fazer a divisão do valor de acordo com o consumo de cada apartamento. Se houver inadimplência de algum morador, o custo é rateado entre os outros condôminos.
O pedido para a colocação dos hidrômetros individuais por empresas homologadas pela Sabesp deve ser feito pelo síndico, por meio do Sabesp Soluções Ambientais (SSA) no telefone 0800 771 24 82. Os moradores de cidades que não são abastecidas pela Sabesp devem consultar com as autarquias ou empresas que fazem o serviço para verificar qual o procedimento no município.
Para fazer a mudança em prédios já projetados para a individualização, o procedimento é simples e só depende da colocação dos equipamentos por uma empresa terceirizada ou pela Sabesp.
Aprovação da obra
Em ambos os casos - prédios já adaptados ou não - o investimento deve ser decidido em assembleia geral com pauta específica para o tema. O assunto é tratado como “obra útil” na maior parte das vezes, de acordo com síndicos ouvidos pelo G1. Isso significa que a obra aumenta ou facilita o uso do prédio e deve ser aprovada pela maioria de todos os condôminos/proprietários.
Em alguns condomínios, o regulamento interno classifica a obra como “necessária” e a proposta pode ser aceita pela maioria dos presentes na reunião. “Às vezes existe uma certa resistência do proprietário para reformar por causa do custo para repor o acabamento, só que em 90% dos prédios dá para fazer a alteração para a medição individualizada em prédios antigos”, disse o vice-presidente de administração imobiliária do Secovi-SP, Hubert Gebara
‘Conta democrática’
Além de ajudar na economia de água, a individualização do hidrômetro deixa a conta mais justa. “Se eu tenho o hidrômetro individualizado, eu sinto no bolso. Se eu tenho um vazamento ou se meus filhos estão gastando muita água, a partir do momento em que o meu hidrômetro apontar um aumento, eu vou tomar uma providência”, explicou o vice-presidente do Secovi-SP. Essa também é a opinião de engenheiros do IPT ouvidos pelo G1.
Um conjunto de três torres na região central da cidade de São Paulo, onde vivem cerca de 1 mil pessoas, foi entregue pela construtora já com as instalações prontas, mas sem o equipamento para medição individual de água fria e quente. “A gente sabe quando você paga de modo geral, alguns acabam exagerando no consumo de água. Então o hidrômetro individual é mais democrático”, revelou o síndico do condomínio Sérgio Giamas (assista abaixo).