Criada por jovens brasileiros, 'descarga sem água' será apresentada na COP 21
Um líquido que elimina o uso de água na hora da descarga para descarte da urina, criado por três amigos recém-formados pela Universidade de Caxias do Sul, foi selecionado como exemplo de produto sustentável e será exposto na Conferência do Clima (COP21), em Paris, no mês de dezembro (assista acima à reportagem do programa Como Será sobre o dispositivo).
- Grupo de amigos cria spray biodegradável que substitui água na descarga
- COMO SERÁ: Grandes Ideias, Pequenas Invenções: descarga ecológica
- 'Descarga sem água' promete economia de até 80% no consumo
Segundo Ezequiel Vedana da Rosa, 27 anos, sócio e idealizador do produto (foto abaixo), a participação na COP21 ocorreu por uma indicação feita pela Green Nation, uma ONG do Rio de Janeiro. Um dos objetivos é buscar parcerias com governos de outros países para a fabricação e venda do Piipee, nome dado ao produto.
A empresa terá um estande durante a conferência, em uma área onde serão apresentadas inovações de diversas nacionalidades que podem colaborar no esforço mundial contra as mudanças climáticas.
Economia na descarga
O produto reduz em até 80% o consumo de água nas bacias sanitárias e é biodegradável, porque atua nas características físico-químicas da urina, removendo o odor, alterando a coloração e higienizando o banheiro. No lugar da água, o dispositivo preso à louça sanitária é acionado por um botão, ao lado do vaso sanitário. Um pequeno cano faz a ligação entre as duas partes. A substância higieniza e tira o odor, segundo os criadores.
Por acionamento, o spray usa 1 ml de água e garante economia de mais de 2,2 mil litros por mês, promete o projeto. No caso dos dejetos sólidos, o procedimento segue mesmo, com a descarga comum. Em imóveis antigos, a descarga consome em torno de 12 litros ou até mais por uso. Se a válvula for mais moderna, o gasto pode cair para 6 litros para dejetos sólidos e 3 litros para urina.
Para colocar o produto o spray biodegradável no mercado, o grupo montou uma 'start up' em Bento Gonçalves e deu entrada no pedido de patente da ideia. O dispositivo foi testado em casas, escolas e prédios públicos antes de começar a ser fabricado.
Alternativas
A ideia surgiu em 2010, quando o então estudante de comércio internacional em Caxias do Sul Ezequiel Vedana da Rosa passou a questionar o uso excessivo de água para dispensar a urina. Ele fez uma pesquisa de mercado e percebeu que, para reduzir o consumo, seria preciso gastar mais dinheiro, como trocar a bacia sanitária ou adaptar o sistema hidráulico para válvulas econômicas.
A partir de 2012, com a ajuda de dois amigos - Ariane Tamara Pelicioli (formada em psicologia), com 23 anos na época, e Bruno Rafael de Souza (formado em Marketing e Planejamento estratégico), de 28 anos - ele desenvolveu o projeto e criou o produto ao longo de dois anos. Como não tinham formação específica em engenharia ou química, a equipe contratou um especialista para ajudá-los no desenvolvimento da fórmula e no dispositivo.
Vendas
Em estágio de pré-venda desde dezembro do ano passado, a empresa deve iniciar as entregas ainda no mês de novembro. De acordo com Ezequiel Vedana da Rosa, já foram encomendados cerca de 12 mil kits – ainda em versão beta – e aproximadamente 30 mil litros da solução.
“Como é um produto novo, temos um prazo de entrega de, no máximo, 60 dias. Vamos colocá-lo no mercado e receber o feedback. Na nova versão, o aparelho terá um medidor, que vai indicar a economia de água aproximada”.
Cada utilização gasta aproximadamente 1,5 ml da solução. Com capacidade para 400 ml ou 800 ml, um refil pode render de aproximadamente 380 a cerca de 750 descargas. Rosa garante que o Piipee pode ser usado até 10 vezes sem ser necessário dar a descarga com água.
> Deixe sua dica de economia nos comentários ou envie através do VC no G1.
> Se você achou a dica útil, compartilhe nas redes sociais pelos atalhos abaixo.