Sistemas de captação e de reutilização da água da chuva podem ser simples. São compostos basicamente por calhas, canos, filtro e um reservatório. É possível aproveitar material que já se tem em casa. Caso seja preciso começar do princípio, o custo pode variar entre R$ 3 a 9 mil para um sistema com cisterna ou caixa d'água, calhas e filtros, segundo pesquisa feita pelo G1 em três redes de lojas que vendem os produtos na Grande São Paulo.
O primeiro passo é instalar as calhas no telhado. São elas que vão direcionar a água que cai na cobertura para um tanque ou cisterna (reservatório subterrâneo). Depois, é preciso ver onde será feito o tratamento. O sistema é formado por um filtro, telas ou grelhas, que barram boa parte da sujeira que desce do telhado com a água, como folhas, gravetos e fezes de animais.
O tamanho da caixa ou da cisterna deve levar em conta uma série de fatores, como os índices de chuva na cidade, área do telhado, número de moradores da casa. e uso que será dado à água captada, de acordo com o Instituto de Pesquisas Tecnológicas (IPT). Para uma família de classe média com cinco pessoas em uma cidade como Florianópolis, por exemplo, com período máximo de 10 dias sem chuva, poderia ser usado um reservatório de no mínimo 2 mil litros.
Já no tanque ou cisterna, deve ser feita a desinfecção da água por causa da presença de micro-organismos que não foram barrados na filtragem. Pode ser usado cloro, ozônio ou raios ultravioleta. A escolha deve ser feita com a ajuda de um profissional, que entenda a necessidade e o custo benefício do produto. Depois de tratada, a água precisa ser enviada, por bomba, para uma caixa d’água separada à de água potável no telhado para a utilização em descargas, por exemplo.
Para todos os bolsos
O representante comercial Luis Justo mora na Granja Viana, em Cotia, na Grande São Paulo, e usou a experiência com construção civil para montar o sistema na casa onde mora com a esposa e a filha. O gasto foi de R$ 5,5 mil com cisterna, filtro, bomba e calhas, e já construiu a churrasqueira e salão de festas do terreno com um telhado de 120 m² pensando na captação da água da chuva (assista no vídeo abaixo).
"Antes a gente via aquela água toda indo embora e dava uma dor no coração. Agora a gente está podendo economizar e reutilizar a água para regar as plantas, lavar carro, encher a piscina", disse. Em duas chuvas fracas em agosto, ele conseguiu armazenar 3,5 mil litros de água.
Se o reuso for para regar plantas, lavar o quintal e o carro, e encher a piscina, também dá para conectar um cano à torneira na área externa da casa. Em instalações mais simples, é possível guardar a água em um tanque, devidamente tampado, ligado diretamente em uma mangueira. Nesse caso, a capacidade de armazenamento será menor, mas vai reduzir os custos com bombas ou canos.
Versão simplificada
Esse foi o caso do programador de computador Lincoln Szebeni. Ele mora em São Mateus, na Zona Leste da capital paulista, e decidiu criar um sistema mais simples para economizar e poder reutilizar a água da chuva para lavar o quintal de casa.
"A minha esposa não queria que quebrasse parede. Então eu bolei na cabeça um sistema simples. Comprei o tambor, os canos de PVC e a tela para filtrar a sujeira. Os canos eu só conectei na calha, porque já tinha", detalhou. A imagem do sistema (veja ao lado) foi enviada por Szebeni pelo VC no G1.
Ele também adaptou uma torneira ao tambor, com capacidade para 200 litros, e conectou uma mangueira para limpar o quintal. O reservatório tem tampa e fica bem fechado, para evitar a proliferação do mosquito da dengue. O custo com os itens foi de pouco mais de R$ 100. "Se eu quiser, dá pra colocar cinco tambores para armazenar água. Se não tiver água, dá pra jogar no vaso sanitário". Quando a água de reuso da chuva não é suficiente, ele reutiliza a água da máquina de lavar roupa que recolhe em baldes.
Cuidados
Todos os reservatórios precisam de limpeza periódica e por isso devem ter um "ladrão", para escoamento da água na remoção da sujeira que ficou no fundo e também no caso de chuva acima da capacidade de armazenamento. O intervalo da limpeza vai depender da rotatividade do uso. A desinfecção, no entanto, é a mesma.
Também é muito importante fazer a separação do que é água tratada, enviada pela companhia de distribuição, e o que será de reuso. As caixas devem ser diferentes. Uma dica é identificar os reservatórios e torneiras, além de pintar as tubulações com cores diferentes para não causar confusão.
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