Fachada do Mercado Público de Porto Alegre foi circundada por água — Foto: Giulian Serafim/PMPA
O Mercado Público de Porto Alegre, símbolo da Capital que inundou durante as enchentes que atingiram o Rio Grande do Sul ao longo de maio, reabrirá parcialmente suas portas nesta sexta-feira (14).
A reabertura permitirá que os restaurantes do segundo piso e as lojas com acesso direto para a rua voltem a operar, com funcionamento estipulado das 8h às 19h. O único acesso permitido para ingressar no local é pela Avenida Borges de Medeiros.
Com as portas fechadas durante o mês de maio, o mercado acumulou prejuízos estimados em valores milionários.
"A gente já estima de 10 a 15 milhões de reais que vamos precisar reinvestir para reconstruir nossos negócios", conta Rafael Sartori, presidente da Associação do Mercado Público.
As diretrizes para o retorno das atividades foram discutidas em uma reunião entre os representantes dos permissionários e a Secretaria Municipal de Administração e Patrimônio (Smap). Para garantir a segurança e a organização durante este período de reabertura parcial, tapumes serão instalados internamente, restringindo a circulação livre pelo prédio.
No entanto, nem todas as áreas do Mercado Público poderão retomar suas atividades imediatamente. As bancas voltadas para a Avenida Júlio de Castilhos permanecerão fechadas devido à presença de lixo e água acumulada, que a Empresa de Trens Urbanos de Porto Alegre (Trensurb) ainda não removeu do acesso à Estação Mercado. Os proprietários dessas lojas deverão esperar até que as condições de limpeza e segurança sejam restauradas.
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A partir do dia 18 de junho, as lojas internas do térreo terão a permissão para reabrir. Conforme a Secretaria Municipal de Administração e Patrimônio, a reabertura completa dependerá do cronograma de reconstrução de cada loja, individualmente. Além disso, todas as obras internas no Mercado Público só poderão ser realizadas após as 19h.
Benefícios e investimentos
Para minimizar os impactos sobre os mercadeiros, a prefeitura suspendeu temporariamente o pagamento mensal dos permissionários. Os comerciantes estão entre os mais afetados, uma vez que o mercado movimenta diariamente entre 500 a 600 mil reais, atendendo cerca de 30 mil pessoas por dia.
A Prefeitura de Porto Alegre também enfrenta um desafio significativo nas áreas de uso comum do mercado. Estima-se que a reforma desses pontos custará cerca de R$ 5 milhões.
A limpeza interna e a desratização do Mercado Público foram concluídas no último sábado, 8 de junho, data em que também foi restabelecida a energia elétrica do prédio. Esses esforços fazem parte das medidas para garantir um ambiente seguro e higiênico para comerciantes e clientes.
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Tragédia ambiental
Dos 175 óbitos registrados em decorrência da enchente, cinco aconteceram na Capital, segundo boletim divulgado na segunda-feira (10) pela Defesa Civil estadual. Em Porto Alegre, mais de 160,2 mil pessoas foram atingidas, além de mais 39,4 mil edificações afetadas.