Por Pedro Trindade, g1 RS


Guaíba, em Porto Alegre, na manhã de 7 de junho — Foto: Jeferson Ageitos/RBS TV

O nível do Guaíba ficou abaixo da cota de alerta na Usina do Gasômetro, em Porto Alegre, pela primeira vez em mais de um mês. De acordo com medição realizada às 6h desta sexta-feira (7), a marca estava em 3,14 metros.

Os cenários de previsão já indicavam recessão da cheia. De acordo com o Instituto de Pesquisas Hidráulicas (IPH) da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), o lago deve se manter abaixo da cota de alerta (3,15 metros) nos dez próximos dias.

No sábado (1º), o Guaíba ficou abaixo da cota de inundação (3,60 metros), o que não ocorria desde 2 de maio. No entanto, após um repique, o nível chegou a 3,86 metros dois dias depois. Desde então, vem ocorrendo redução.

Nível do Guaíba está baixando a cada dia, o que traz alívio para quem mora em Porto Alegre e na região metropolitana

Nível do Guaíba está baixando a cada dia, o que traz alívio para quem mora em Porto Alegre e na região metropolitana

O Guaíba atingiu níveis históricos ao longo de maio devido aos temporais que assolaram o Rio Grande do Sul. Antes, o ponto mais alto a que havia chegado o lago tinha sido de 4,76 metros em 1941. Agora, a maior marca registrada é de 5,35 metros, atingida em 5 de maio.

A tragédia climática matou 172 pessoas, deixando 41 desaparecidas, 806 feridas e mais de 603,2 mil fora de casa. Cidades foram devastadas: 476, de um total de 497, sofreram algum tipo de dano. O estado soma bilhões de reais em prejuízos.

Nível do Guaíba volta a ficar abaixo da cota de inundação — Foto: TV Globo/Reprodução

Novas cotas de inundação

O governo do Rio Grande do Sul alterou, no fim de maio, a cota de inundação do Guaíba para 3,60 metros. O nível contrasta com a cota de 3 metros anteriormente informada, que pertencia à régua do Cais Mauá, desativada após a cheia do dia 2 de maio, às 23h. A cota de alerta também passou de 2,50 para 3,15 metros.

Em 3 de maio, uma régua emergencial foi instalada mais ao sul da Capital, na estação Usina do Gasômetro. A outra régua, que estava no cais, apresentou problemas. Até então, o medidor preservava as mesmas métricas da antiga estação, instalada em 2014.

👉 A revisão não muda as medições já observadas, como o recorde de 5,35 metros registrado em 5 de maio. O que muda é que esse valor agora deve ser comparado à cota de inundação de 3,60 metros, e não mais ao valor antigo, de 3 metros.

O governo detalha que os critérios estabelecidos para a instalação do medidor emergencial foram:

  • acesso fácil;
  • transparência;
  • capacidade de interpretação dos dados por equipes de monitoramento.

Explicação

O professor Fernando Fan, do Instituto de Pesquisas Hidráulicas (IPH) da UFRGS afirma que as réguas são equivalentes. Ou seja, quando a cota de inundação atingir 3,60 metros na estação emergencial, a do Cais Mauá registrará 3 metros. Com isso, não haveria grandes alterações nas comparações entre as cheias de 1941 e a deste ano.

Após nível do Guaíba descer, Porto Alegre libera acessos e retoma serviços de transporte

Após nível do Guaíba descer, Porto Alegre libera acessos e retoma serviços de transporte

VÍDEOS: Tudo sobre o RS

Veja também

Mais lidas

Mais do G1
Deseja receber as notícias mais importantes em tempo real? Ative as notificações do G1!