Por Bruno Ravazzolli, Gustavo Chagas


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Compare a vista do Guaíba, em Porto Alegre, em fevereiro e maio de 2024 — Foto 1: Reprodução/RBS TV — Foto 2: Reprodução/RBS TV

Em um intervalo de apenas três meses, Porto Alegre foi de um extremo a outro. Em 10 de fevereiro deste ano, o nível do lago Guaíba chegou a apenas 37 centímetros. No último dia 5, a capital se viu diante de uma das piores crises de sua história, com uma enchente recorde – e o nível do lago chegou a 5,33 metros.

O nível baixo de três meses atrás causou prejuízos na captação de água e gerou alerta pelo risco de eventual desabastecimento na capital. As estações de tratamento, que chegaram a ser desligadas em razão das inundações dos últimos dias, não recebiam água do lago quase seco em fevereiro.

O cenário mudou drasticamente. Desde o fim de abril, o RS registra temporais e cheias que já vitimaram 126 pessoas. No último boletim da Defesa Civil, na sexta (10) à noite, foram contabilizados 141 desaparecidos, 756 feridos, 441,3 mil pessoas fora de casa e 1,95 milhão de pessoas afetadas.

Orla do Guaíba em fevereiro, com lago em nível baixo e gramado quase seco, em vista na direção ao sul da Capital — Foto: Pedro Piegas/PMPA

Orla do Guaíba em maio, completamente alagada após temporais, em vista em direção ao norte da Capital — Foto: Alex Rocha/PMPA

Após registrar o recorde de 5,33 metros, lago Guaíba chegou a baixar ao longo da semana, alcançando 4,70 metros durante a tarde de sexta-feira (10). Porém, cientistas do Instituto de Pesquisas Hidráulicas (IPH) da UFRGS alertam para a possibilidade de elevação do nível do Guaíba após as chuvas deste fim de semana.

Nível do Guaíba
Situação no dia 10 de cada mês e nas cheias de 11/2023 e 05/2024
Fonte: ANA
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Mirante da Orla do Guaíba, em Porto Alegre, em fevereiro e maio de 2024 — Foto 1: Reprodução/RBS TV — Foto 2: Reprodução/RBS TV

Fim de semana será de chuva no RS

Já voltou a chover em Porto Alegre e outras partes do estado, como no Vale do Taquari, umas das regiões mais afetadas pelos temporais da semana passada.

O Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet) prevê volumes acentuados no Rio Grande do Sul, com possibilidade de até 140 milímetros. As regiões mais afetadas devem ser o Norte e o Leste do estado

"Tem que ficar bastante claro que essas regiões aqui vão ser realmente, de novo, as mais impactadas. Então, a condição é bastante crítica, não só para a questão de rios", diz a meteorologista Cátia Valente, da Sala de Situação do RS.

  • Sábado (11): chuvas seguem fortes e persistentes entre 40 e 90 milímetros, nas mesmas regiões; ventos seguem no quadrante sul e mar agitado.
  • Domingo (12): chuvas seguem intensas com volumes entre 80 e 140 milímetros; ventos de sudeste/leste e mar agitado.
  • Segunda (13): chuvas persistem localmente fortes nessas regiões.

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Lagoa dos Patos enchendo

A Prefeitura de Rio Grande, na Região Sul do RS, disse que a Lagoa dos Patos atingiu 2,37 metros na manhã desta sexta-feira (10). O último boletim apontou que o nível das águas ficaram 1,42 metro acima do normal, com resistência em baixar por conta de um vento leste, de 26km/h.

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