Por g1 RS


Fim de semana será de mais chuva no Sul do país

Fim de semana será de mais chuva no Sul do país

O Rio Grande do Sul enfrenta fortes chuvas desde o início desta semana, com 56 mortos e 68 desaparecidos, e registra inundações em várias regiões. Após cinco dias de temporais, as águas não baixam, o que é atribuído, principalmente, a dois fatores: um "efeito funil" e a direção dos ventos, que dificultam o escoamento dos rios para o mar (veja no vídeo acima).

O nível do Guaíba, em Porto Alegre, passou de 4,77 metros nesta sexta-feira (3). É a maior marca desde a enchente histórica há 83 anos, quando o rio chegou a 4,76, em 1941. A cota de inundação é de 3 metros na região do Cais Mauá.

Entenda em dois pontos por que as águas não baixam:

  • Bacias formam "funil": ainda há muita água escoando das bacias dos rios Taquari, Caí, Pardo, Jacuí, Gravataí, Sinos. Essas bacias "jogam" suas águas para o Guaíba, na capital, formando uma espécie de funil que retém as enchentes e atrapalha a saída para o mar.
  • Ventos: somado a isso, os ventos estão soprando no sentido sul do litoral para o continente, empurrando a água da Lagoa dos Patos no sentido contrário, o que contribui com as inundações no Guaíba.

O meteorologista Guilherme Borges, da Climatempo, explica que o vento represa as águas que seguiriam em direção à Lagoa dos Patos e ao Oceano Atlântico.

"Quando o vento sopra de sul muito forte, ela faz com que a água seja empurrada e eleva o nível das bacias do Vale do Taquari e outras bacias que rodeiam Porto Alegre", diz.

Vista aérea da enchente do Rio Guaíba, que atinge a cidade de Porto Alegre, no Rio Grande do Sul, nesta sexta-feira (3). — Foto: Miguel Noronha/Estadão Conteúdo

O especialista diz que a situação segue preocupando para os próximos dias.

"A preocupação é que, nos próximos dias, o vento siga soprando de sul e siga mantendo o nível dos rios elevados. Preocupa também as outras áreas do estado, outras áreas das regiões que rodeiam a Lagoa dos Patos", comenta Borges.

Cheia em Porto Alegre

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Enchente atinge a cidade de Porto Alegre, no Rio Grande do Sul, nesta sexta-feira, 03 de maio de 2024. — Foto: EVANDRO LEAL/ENQUADRAR/ESTADÃO CONTEÚDO

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Temporal no RS: drone registra alagamento na região central de Porto Alegre — Foto: Carlos Goes/Arquivo Pessoal

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Cheio do Guaíba atinge o Gasômetro — Foto: Reprodução/RBS TV

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Vista aérea da enchente que atinge a cidade de Porto Alegre, no Rio Grande do Sul, nesta sexta-feira, 03 de maio de 2024. O Rio Guaíba transbordou em Porto Alegre e as águas invadiram pontos da cidade, como o CT do Sport Club Internacional e o centro histórico da capital gaúcha. — Foto: MIGUEL NORONHA/ENQUADRAR/ESTADÃO CONTEÚDO

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Temporal no RS: Alagamento no Centro de Treinamento (CT) do Inter — Foto: Jordan Romano/RBS TV

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Temporal no RS: avanço das águas do Guaíba em Porto Alegre — Foto: Reprodução/RBS TV

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Temporal no RS: alagamento na Avenida Conceição, em Porto Alegre — Foto: Reprodução/RBS TV

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Temporal no RS: registro de alagamento na Avenida Mauá — Foto: Eduardo Paganella/RBS TV

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Vista aérea da enchente do Rio Guaíba, que atinge a cidade de Porto Alegre, no Rio Grande do Sul, nesta sexta-feira (3). — Foto: Miguel Noronha/Estadão Conteúdo

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Forças de segurança, como bombeiros, Exército e agentes públicos do Departamento Municipal de Água e Esgotos (DMAE), fecharam as comportas entre as Avenidas Mauá e Castello Branco, em Porto Alegre (SP), nesta quinta-feira, 2 de maio de 2024, por conta da cheia do Guaíba. — Foto: EVANDRO LEAL/ENQUADRAR/ESTADÃO CONTEÚDO

A Defesa Civil colocou a maior parte das bacias hidrográficas do estado com risco de elevação das águas acima da cota de inundação.

Bacias hidrográficas com risco de inundação severa no RS — Foto: Defesa Civil/Divulgação

Temporais no RS

Além dos mortos, há 67 desaparecidos e 74 pessoas feridas até o balanço das 12h do sábado (4). A Defesa Civil soma 42.221 pessoas fora de casa, sendo 9.581 pessoas em abrigos e 32.640 desalojadas, que recebem abrigo nas casas de familiares ou amigos. Ao todo, 300 dos 496 municípios do estado registraram algum tipo de problema, afetando 422.307 mil pessoas.

O estado tem quatro barragens em situação de emergência. Isso significa que elas apresentam risco de rompimento iminente, segundo o governo do estado. Na quinta (2), o governo federal reconheceu o estado de calamidade no Rio Grande do Sul.

Diferente de 2023, quando a chuva foi isolada em algumas regiões – como o Vale do Taquari –, desta vez, o impacto ocorre sobre todo território gaúcho. O cenário é considerado severo nas bacias dos rios Caí, Pardo, Jacuí, Sinos, Gravataí, além do Guaíba, em Porto Alegre.

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