Temporal no RS: Eduardo Leite e Lula se reúnem — Foto: Mauricio Tonetto/Secom
O presidente Lula (PT) e o governador Eduardo Leite (PSDB) discutiram, nesta quinta-feira (2), ações para enfrentar as cheias no Rio Grande do Sul. Leite afirmou que esse é o "maior desastre climático do estado", enquanto Lula disse que não faltará recurso e citou "um comando conjunto".
"Mais de 150 pontos de pontes, estradas que foram rompidas, deslizamentos de terra e tantos outros que ainda vão acontecer. Já é e será o pior desastre climático do nosso estado, e a gente precisa evitar perdas de vidas neste momento", disse Leite.
Lula prestou solidariedade às famílias atingidas e prometeu ajuda ao estado. "Não faltará recurso do governo federal", disse. ''Teremos um comando conjunto com o governador'', afirmou.
"Da parte do governo federal não faltará nenhum esforço para reconstruir o que foi destruído, estaremos aqui 100%. Não vamos permitir que faltem recursos. Não vai faltar dinheiro", garantiu o presidente.
As enchentes causaram 24 mortes, deixaram 21 desaparecidos e tiraram mais de 14,5 mil pessoas fora de casa. No total, 147 cidades sofreram algum tipo de prejuízo.
A comitiva de Lula também foi composta por ministros e outros integrantes do governo, entre os quais o comandante do exército, general Tomás Paiva, e o secretário da Defesa Civil, Wolnei Barreiros.
"Para que a gente possa minimizar o sofrimento que esse evento extremo da natureza esta causando. É o segundo em um ano que acontece", completou o presidente.
Temporal no RS: 'É o maior desastre climático do estado', diz Leite; Lula afirma que não faltarão recursos
Na noite de quarta-feira (1º), Leite decretou estado de calamidade pública pelos "eventos climáticos de chuvas intensas". A decisão foi publicada em edição extra do Diário Oficial do Estado e ficará em vigor por 180 dias.
Leite citou diferenças entre os temporais de setembro e novembro de 2023 e os que acontecem agora. Ele disse que nos eventos climáticos do ano passado foi possível viabilizar o uso de aeronaves já no dia seguinte para providenciar os resgates.
"Desde terça-feira, a gente mobiliza o que é possível, mas há muitos problemas climáticos, que afetam os voos e a dificultam os resgates. Por isso, os números são absolutamente preliminares", acrescentou o governador.
Cheia do Guaíba
A prefeitura de Porto Alegre fechou nesta quinta as comportas de contenção do sistema de proteção contra enchentes devido ao risco do Guaíba transbordar. A régua da Secretaria do Meio Ambiente e Estrutura (Sema) mediu 2,63 metros no Cais Mauá, sendo que a cota de alerta é de 2,5 metros. Já a cota de inundação é de 3 metros.
O governador avalia que nesta sexta-feira o nível do Guaíba pode ultrapassar a cota de inundação.
"Amanhã o Guaíba pode chegar a 4 metros. Para ter uma ideia, em novembro de 2023, foram 3,46 metros, que já foi a pior cheia desde 1941. A região das ilhas, Região Metropolitana, os municípios dos arredores, toda aquela bacia de rios vai ter resposta muito forte", previu o governador.
Prefeitura fecha comportas de sistema de segurança para evitar inundação pelo Guaíba em Porto Alegre — Foto: Prefeitura de Porto Alegre/Divulgação