Por Pedro Trindade, g1 RS


Imagens mostram suspeitos de morte de estudante no local do crime

Imagens mostram suspeitos de morte de estudante no local do crime

A Polícia Civil prendeu preventivamente, na noite de quarta-feira (21), o traficante Maicon Donizete Pires dos Santos. Conhecido como "Red Nose", o homem estava foragido e foi capturado em Santa Catarina. A cidade onde a prisão ocorreu não foi divulgada pelas autoridades para não atrapalhar a sequência das investigações.

Na noite de quinta-feira (22), por volta das 21h, o foragido chegou a Porto Alegre. Ele foi levado pelas autoridades até o complexo de segurança pública Cidade da Polícia Civil, na Zona Leste da capital.

De acordo com a polícia, ele tem envolvimento em pelo menos 30 homicídios, entre eles o da estudante de arquitetura da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS) Sarah Silva Domingues. Maicon teria cedido os homens que participaram do ataque a tiros que terminou com a morte da jovem e de um comerciante da região.

"Esse mandante busca, no 'Red Nose', apoio no grupo armado dele, para que vá nas ilhas e execute os homicídios. Ele traz matadores de fora, que são mais difíceis de serem reconhecidos naquela região, onde todo mundo se conhece, e fica mais difícil a formação da prova e o vínculo com ele. Ele usa essa estratégia dessa aliança, fazendo com que o Red Nose possa montar pontos de venda de drogas na região dele, e em troca manda os executores", afirmou o delegado Rafael Pereira.

A prisão de Maicon foi anunciada em entrevista coletiva nesta quinta-feira (22). De acordo com o chefe da Polícia Civil, delegado Fernando Sodré, é "a mais importante que nós tínhamos que fazer para reduzir homicídios no Rio Grande do Sul".

Sodré acrescenta que há registros de assassinatos com participação direta ou indireta de Maicon em Porto Alegre, Canoas, Viamão e Alvorada. "Seja com pessoas vinculadas a ele ou mandadas por ele para praticar os crimes", explica.

Sarah Silva Domingues era estudante do curso de Arquitetura e Urbanismo da UFRGS — Foto: Arquivo Pessoal

Morte de estudante

De acordo com o 9º Batalhão de Polícia Militar (9º BPM), Sarah estava em frente a um mercado da região quando o crime aconteceu.

Moradores relataram à polícia que dois homens em uma motocicleta chegaram ao local, desceram do veículo e atiraram com armas de fogo contra a estudante, que conversava o proprietário do mercado, Valdir dos Santos Pereira.

Ele e Sarah morreram na hora, informou a Brigada Militar (BM). Foram disparados pelo menos 15 tiros. Sarah foi atingida no peito e também em um dos braços. A mulher do comerciante estava nos fundos do local e sobreviveu.

O alvo dos criminosos seria o dono do estabelecimento. A polícia acredita que ele estaria incomodado com o tráfico de drogas na região.

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Executores foram ao local dois dias antes

Dois dos homens que foram presos haviam estado no local do crime, na Ilha das Flores, dois dias antes do caso, conforme informações da Polícia Civil. Os suspeitos estariam em busca do comerciante, que era o alvo dos disparos e foi executado junto com Sarah.

Porém, segundo a Polícia, eles não teriam encontrado Valdir. E acabaram voltando no dia em que a estudante fazia fotos para o trabalho de conclusão no curso de arquitetura. Sarah, de acordo com a polícia, não era o alvo dos tiros.

"Na realidade, eles acabaram realizando o reconhecimento e retornaram na terça-feira, onde acabaram identificando já o Valdir conversando com a vítima Sarah, que estava realizando um trabalho de campo da faculdade e já entraram disparando, efetuando diversos disparos", disse o delegado Thiago Lacerda.

Sarah Domingues era ativista e reconhecida como liderança estudantil — Foto: Arquivo Pessoal

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