Casa ilhada após ciclone em Bom Retiro do Sul (RS) nesta terça-feira (5). — Foto: Diego Vara/Reuters
A passagem do ciclone extratropical pelo Rio Grande do Sul completou uma semana. São 46 mortes, 46 desaparecidos e 340 mil pessoas afetadas, de acordo com balanço da Defesa Civil divulgado na noite de segunda-feira (11).
Estimativa da Confederação Nacional de Municípios (CNM) aponta que o prejuízo financeiro foi de R$ 1,3 bilhão. De acordo com o relatório, 8 mil casas foram danificadas ou destruídas. O prejuízo calculado no setor habitacional é de R$ 175 milhões.
O fenômeno teve origem em um sistema de baixa pressão, que provocou chuvas intensas, e se deslocou em direção ao oceano, ganhando intensidade. Foram registradas fortes rajadas de ventos, aumento do nível dos rios, pessoas desabrigadas, entre outros transtornos.
Com as cheias dos rios, casas e pessoas foram arrastadas pela correnteza. As cidades mais atingidas ficam na região do Vale do Taquari, como Muçum e Roca Sales.
Imagens mostram danos causados pela passagem de ciclone extratropical em Roca Sales — Foto: Lauro Alves/Agência RBS
As primeiras seis mortes foram registradas na segunda-feira (4), em Mato Castelhano, Passo Fundo, Ibiraiaras, Lajeado e Estrela. Três mortes ocorreram após carros com pessoas dentro serem levados pela correnteza; duas mortes foram causadas por descarga elétrica.
Na terça-feira (5), o governador do Rio Grande do Sul, Eduardo Leite (PSDB) confirmou que 15 corpos haviam sido encontrados, elevando o total de mortes para 21.
Na quarta-feira (6), Leite decretou estado de calamidade pública no Rio Grande do Sul. A decisão foi decorrente do impacto causado pela passagem do ciclone extratropical pelo estado. Levantamento parcial apontava um total de 31 mortes.
Chuva forte causa estragos em cidades do RS — Foto: Reprodução/ RBS TV
Na quinta-feira (7), o governo federal reconheceu o estado de calamidade pública de 79 municípios do RS. A portaria viabiliza a solicitação de recursos para assistência à população, restabelecimento de serviços essenciais e reconstrução de infraestrutura e moradias atingidas pelo desastre. O total de vítimas chegou a 41.
Na sexta-feira (8), o presidente em exercício, Geraldo Alckmin (PSB), anunciou a vinda para o RS, acompanhado de comitiva. Alckmin também informou um repasse para as prefeituras de cidades atingidas pelo fenômeno natural. O valor é de R$ 800 por pessoa atingida, para que os municípios possam auxiliar no atendimento a essa população.
Velório coletivo no Ginásio Municipal de Vespasiano Corrêa — Foto: Reprodução/RBS TV
No sábado (9), nove das 15 pessoas que morreram em Muçum foram veladas no Ginásio Municipal da EMEB Esperança, em Vespasiano Corrêa. O total de vítimas subiu para 42.
No domingo (10), mais quatro mortes foram registradas, chegando às atuais 46. O número de pessoas fora de casa ultrapassou 25 mil. Começou a operar o hospital de campanha de Roca Sales para atender os atingidos pelas enchentes. O governo federal anunciou R$ 741 milhões em recursos para os municípios.
Na segunda-feira (11), o Instituto-Geral de Perícias (IGP) iniciou um mutirão para confeccionar carteiras de identidade para moradores de cidades afetadas pela passagem do ciclone. Mais 13 municípios tiveram o estado de calamidade reconhecido pelo governo do estado.