Universidades comunitárias do RS cobram bolsas de estudo para manter estudantes
O Rio Grande do Sul tem 14 universidades comunitárias espalhadas por diferentes regiões do estado. Ao todo, são mais de 150 mil estudantes de cursos de graduação e pós-graduação.
No entanto, para manter os alunos, o Consórcio das Universidades Comunitárias Gaúchas cobra do governo do estado o cumprimento de uma medida da constituição estadual: a destinação de 0,5% da receita de impostos para bolsas de estudos.
"Nós estamos buscando alternativas junto a outras instituições, mas com sistema bancário, por exemplo, os juros são muito altos. Então, os alunos preferem parar de estudar do que financiar com as instituições e oferecem também financiamento", reclama o presidente do consórcio, Evaldo Kuiava.
A reportagem tentou contato com as secretaria estaduais da Educação e da Fazenda, mas, até a atualização mais recente, não havia obtido retorno.
Adaptações e financiamento próprio
Universidades comunitárias do RS reivindicam verba e buscam alternativas para manter estudantes — Foto: Reprodução/RBS TV
O estudante do 5º semestre de fisioterapia, Liniquer Menezes Stiehl, perdeu o Fundo de Financiamento ao Estudante do Ensino Superior (FIES) no ano passado. Ele não tinha como pagar a mensalidade, e foi uma bolsa da própria instituição que o ajudou a continuar estudando.
"Ia ficar muito pesado para estudar. Facilitou bastante, porque agora a gente consegue pagar. Não pagar 50% da faculdade ajudou bastante em casa também", afirma.
"Uma proposta de incentivo dos jovens no sentido de que eles retomem uma formação superior. Porque muitas vezes o próprio jovem, no ambiente familiar, não tem essa perspectiva ou esse conhecimento do que vai representar uma formação superior para sua vida", diz o reitor Arnaldo Nogaro.
"Houve uma modificação na questão de ensino e de aprendizagem mediado por tecnologias", observa a reitora Cátia Maria Nehring.
Já a Universidade de Passo Fundo (UPF) adaptou a estrutura e passou a oferecer cursos em formato híbrido. As aulas são gravadas e transmitidas pelos professores dentro da própria universidade.
"A gente realizou uma reforma curricular em todos os cursos, ampliando essa possibilidade de o aluno, em alguns momentos, não existir a necessidade de ele vir até o campus. A gente criou outras modalidades de oferta, como é o caso dos cursos híbridos, com o objetivo de, até o início do próximo ano, ter uma oferta ainda maior, com uma carteira maior de cursos de graduação", projeta o coordenador da UPF Online Ivan Dourado.